Quando a
menina Marcela de Jesus estava viva, os abortistas acusavam aos pró-vida de utilizarem-na como um falso argumento contra o aborto de anencéfalos. Na verdade, a vida da menina incomodava muito a muita gente, pois ela era um argumento pronto e visível do quanto é hediondo qualquer tipo de aborto.
Mas houve gente, como o sr. André Petry, articulista da revista Veja, que achava que
a vida de Marcela serviria como um ardil para os pró-vida. Pois é, a menina veio ao mundo e insistiu em não seguir o roteiro dos defensores do aborto, teimou em viver, teimou em ser uma resposta concreta aos defensores do aborto. E o sr. Petry não engoliu isto...
André Petry, como um abortista zeloso de seu ofício, utilizou sua pena para denunciar o que ele chamou de ardil. Como escrevi na postagem de então, é seu direito. Mas o que deve ser perguntado agora é como será que gente como o sr. Petry chamaria o fato de que uma ONG, após 1 ano da morte dos gêmeos de Alagoinha, tenha produzido um documentário sobre o caso da menina-mãe estuprada e que teve seus filhos cruelmente abortados para ser exibido Brasil afora?
Ou será que este pessoal só chama de ardil ao que lhes é contrário? Será mesmo que são tão desonestos assim? Será mesmo possível?
Mas deixemos o ardiloso Petry de lado, exatamente como ele merece. E se os pró-vida tivessem também feito um documentário sobre a menina Marcela de Jesus e sua família? O que, aliás, eu apoiaria de olhos fechados, pois a vida foi feita para brilhar e não para terminar em sacos de lixo como gosta o pessoal abortista. E se o pessoal pró-vida fizesse isto?
Digamos que tivesse sido produzido um documentário sobre a menina, assim como o pessoal do IPAS achou por bem fazer um sobre o aborto dos gêmeos. Digamos que os "ardis" tivessem se anulado mutuamente, digamos que o jogo fosse justo. Ainda assim, notemos bem, o documentário pró-vida teria sido feito para celebrar um dom maravilhoso que é a vida, e o documentário do IPAS foi feito para celebrar o que mesmo, hein?
Ah, sim: o documentário foi feito para celebrar o aborto cruel de 2 crianças não-nascidas como um direito. É uma coordenadora da referida ONG que diz qual o objetivo do filme:
"Para trazer a abordagem de direitos sexuais e reprodutivos como um grande guarda-chuva para esta discussão da necessidade da gente encarar a quem a gente presta serviço de uma maneira mais igualitária, sem hierarquia, ouvindo mais…"
O serviço de que a coordenadora fala é o serviço de matar crianças ainda no ventre de suas mães. Que tal falar as coisas como elas são? O tal "igualitarismo" da coordenadora não serviu muito para os gêmeos abortados. A voz dos pequeninos seres humanos não foram ouvidas pelo pessoal da ONG. Não havia espaço no "guarda-chuva" da ONG para os gêmeos.
A cara-de-pau deste pessoal só perde para sua capacidade de elaborar metáforas para uma coisa que é muito clara: que o aborto é a morte direta de um ser humano.
A exemplar atuação de D. José Cardoso Sobrinho, como sempre, foi lembrada na reportagem sobre o lançamento do documentário. E, como sempre, a mentira de que ele tenha excomungado alguém veio à tona.
Nunca é demais lembrar: D. José não excomungou ninguém. E nem precisou, pois a excomunhão em casos de aborto é automática. D. José só lembrou o óbvio, o que a lei da Igreja, a Lei de Deus, nos ensina. Mas para este pessoal, pega muito bem tentar posar de mártir de uma causa... Posam de mártires enquanto são outros os que morrem. Fácil, não?
Como a assistente social Francisca Chaves, que foi uma das responsáveis pelo atendimento à menina-mãe e que aparece no documentário, e que
saiu-se com esta ao falar sobre a excomunhão em um "debate" sobre o aborto:
"Fui excomungada e serei quantas vezes forem necessárias para garantir e assegurar a saúde e a liberdade das mulheres vítimas de abuso ou exploração.”
Foi mesmo? Será que a assistente social era católica? Se católica fosse, talvez não falasse com esta superficialidade sobre uma questão gravíssima para sua alma. E ela, fiel catolicíssima que é, parece não saber que ela só poderá ser excomungada novamente se se arrepender do que fez da primeira vez. É o caso? Será que ela não sabe que uma vez excomungada, excomungada está até o devido arrependimento e levantamento da pena eclesiástica?
Pois então não adianta a assistente social querer posar de heroína e mártir de sua causa que isto só demonstra sua ignorância, a mesma ignorância que a leva a lutar pela "saúde e liberdade das mulheres" enquanto crianças são abortadas. Ela posa de mártir mas quem encara os carrascos são os outros... Que moleza!
Para fechar com chave de ouro esta postagem sobre o documentário que celebra a morte de 2 crianças como se fosse um direito, vale a pena trazer a fala do médico Rivaldo Albuquerque, na qual ele dá a explicação porque ele é mais cristão do que quem é contra o aborto em todos os casos:
"Eu tenho a impressão que nós fomos mais humanos, mais cristãos de que outras pessoas que se colocam em nome desta Igreja e que não tiveram o sentimento de amor que todos nós tivemos por aquela criança."
A impressão do médico e professor está errada, claro.
Que "humanidade" é esta que vira o rosto enquanto duas crianças são mortas quando ainda no ventre de sua pequenina mãe? Que sentimento de "amor" é este que os leva a fazer os bebês pagarem com a vida pelo crime de seu pai?
Que amor é este que verte lágrimas por "aquela criança" mas que esquece das outras duas, as que foram parar no lixo hospitalar?
Mas é isto... O documentário do IPAS serve para muita coisa. Serviu para a ONG alavancar sua agenda abortista, serviu para a assistente social posar de heroína, serviu para o médico Rivaldo Albuquerque mostrar-se mais cristão que todo mundo.
Há lá no documentário muitos profissionais da área de saúde falando sobre o caso. Tudo faz parte do roteiro -- que um Petry, se fosse coerente, talvez chamasse de "ardil".
A única coisa que falta é a voz de duas crianças. Que coisa, não?