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sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Alfie, o (nada) sedutor

Não é incomum eu receber comentários nada elogiosos aqui no blog. Já andou de tudo por aqui... Feminista-abortista nervosinha, gang de ateus que diziam que iam fechar o blog, mulheres doidas, adoradores de Edir Macedo, etc.

Ultimamente, a estes tipos pitorescos juntou-se agora um professor virtual de sedução, que ficou furioso com uma postagem aqui do blog ("Mayana Zatz perde de lavada!"). É sério! Já explicarei...

Em primeiro lugar, segue a mensagem do professor, com os erros e tudo:

"Imbecis, nojentos e miseráveis. Execráveis, abomináveis e despresíveis. E eu poderia continuar falando sobre a ignorância, imbecilidade e arrogância típicas de quem nunca leu nada além de livros de auto-ajuda. Gente como vocês, que escrevem para falar de outras pessoas como se se estivessem tratando de um máquina ou algo superficial.
Doutora Mayana dedicou toda a sua vida para o tratamento de pessoas portadoras de doenças que vocês, gente sem excrúpulos gostam de chamar de "aleijados" e fazer caridade para se mostrar boas pessoas aos olhos de Deus.
Deus deu o maior dom de todos aos médicos e os que tratam não só as almas mas também os corpos. Acho que não preciso citar os trechos da Bíblia Sagrada onde é descrito a importância dos médicos e da ciência. Vocês nunca seriam capazes de ler ou mesmo de saber do que se trata.
Ah, e a Doutora nunca foi à favor do aborto. Basta que se assista o canal Discovery para ver os programas sobre seu trabalho."

Agora, a explicação... O comentarista assina como "Alfie". Curioso como sou, fui ver o perfil do comentarista… Bingo! Exatamente o que eu pensava… O comentarista tomou para si um apelido que evoca um filmeco estrelado pelo medíocre ator inglês Jude Law e que aqui no Brasil ganhou o título de "Alfie, o Sedutor".

Alfie, o comentarista, tem um blog que foi iniciado em novembro passado. Tem uma única postagem até o momento e nela o Alfie tupiniquim mostra os primeiros passos para qualquer um se tornar um sedutor como ele.

Uma das melhores partes é quando ele mostra suas credenciais:
"Esse cara que vos fala, só "pegou" 4 mulheres durante 32 anos de vida. E essas 4 mulheres juntas podiam compôr a Constituição do Universo durante uma visita à loja de roupas! Esse termo "pegar" quando se refere a mulheres deveria ser abolido desde o momento em que a primeira sinapse do seu cérebro levou o arquivo de imagem de uma mulher ao seu interior pensante. Mulher não se pega, mulher se conquista."
Palavra que caí na gargalhada quando li isto! Como ler tal coisa e se manter sério? E, no entanto, nosso Alfie brazuca está realmente tentando ser espirituoso. A segunda frase é uma das coisas mais intransponíveis e divertidas  de todos os tempos! Não tenho a menor idéia do que ele está dizendo, mas, ainda assim, me dá uma vontade incontrolável de gargalhar.

As "dicas" que contam em "Os Primeiros Passos" do Alfie é coisa mais hilária ainda. Recomendo-as a quem quer dar uma boa risada.

Mas vou deixar o blog dele para lá e me concentrar em seu comentário. Afinal, professores de sedução também podem escrever coisas que prestem, não é mesmo? Vejamos...

Sobre o início do comentario, o que se pode dizer? Quase nada… Imagino que Alfie deu uma parada no seu árduo ofício de se tornar o Casanova dos Trópicos e resolveu escrever um monte de impropérios para mim. Chego até a imaginá-lo bufando e babando de raiva no teclado só porque, sei lá, feri sua admiração infantil por Mayana Zatz.

Não me ofendo fácil, mas Alfie foi longe demais: acusou-me de ler apenas livros de Auto-Ajuda. Puxa vida, se há coisa que jamais li foi um livro deste tipo. Aliás, talvez seja por isto que, apesar de meus erros aqui e ali, não costumo escrever coisas como "despreSíveis" e "eXcrúpulos".

Tampouco sou do tipo daqueles que "escrevem para falar". Sou antiquado e costumo escrever quando quero escrever e falar quando quero falar.

Seguindo o comentario do sedutor, tampouco sei quem são os que ele chama de "vocês". Eu nem sabia que fazia parte de um grupo! E um grupo que, segundo ele, gosta de chamar de aleijados aos portadores de doenças graves. Pois é, Alfie, além de sedutor profissional, é advinho, pois a ele basta ler um texto em um blog e sair imaginando que grupos de pessoas gostam de humilhar doentes.

Hummm… Isto me cheira a preconceito puro.

Mas é no final que ao menos a mensagem de Alfie fica mais séria. Quer dizer, que ao menos ele merece uma resposta que não sejam as ironias que mereceu até agora.

Para início de conversa, imagino que para Alfie a frase "Deus deu o maior dom de todos aos médicos e os que tratam não só as almas mas também os corpos." faça sentido, mas confesso que para mim ficou um bocado truncado. Imagino que ele a tenha escrito no meio de suas divagações metodológico-sedutoras.

Ops… Estou sendo irônico novamente…

Sério agora... Alfie ignora que o maior dom que Deus nos dá é exatamente o primeiro deles: o Dom da Vida. Não é o dom de ser médico. Para se ser médico tem-se que estar vivo. Aliás, Alfie ignora que Mayana Zatz não é médica, é bióloga.

Depois disto, Alfie tenta dar uma de entendido em Sagradas Escrituras. Sabe-se lá porque, Alfie, em seu delírio, imaginou ler por aqui alguma oposição à ciência. Se viu, é fácil denunciar: basta citar. Coloco mais uma vez na conta do delírio causado por uma profunda contrariedade imaginar que haja oposição à ciência, mais especificamente à Medicina.

Ao final vem a parte mais interessante do comentário de Alfie. Ao dizer que a dra. Zatz nunca foi favorável ao aborto, ele apenas mostra que entende nada do assunto. Aqui vai um conselho, Alfie: vá estudar. Ou isto ou então é melhor ficar mesmo nas aulas virtuais de sedução.

Pode começar aprendendo um pouco aqui mesmo… A luta do movimento Pró-Vida é uma luta para que a dignidade do ser humano seja sempre respeitada, desde o momento da concepção até seu fim natural. É por isto que a luta é contra o aborto, a eutanásia, pesquisas com embriões, clonagem humana, etc. Tudo isto tem em comum que a vida humana, em alguma de suas fases, é tratada de forma indigna.

Pesquisas com células-tronco embrionárias têm como resultado exatamente a eliminação do embrião. Resumindo: é uma vida que vai para o lixo do laboratório.

Jamais aquí no blog chamei Mayana Zatz de abortista, embora a mim esteja claro que qualquer pesquisa que aceite trabalhar com células-tronco embrionárias resulta no mesmo que um aborto: a morte de um ser humano.

Os abortistas gostam de defender o aborto utilizando a enganação do "direito ao corpo", entre outras. Já quem lida com células-tronco embrionárias, prefere defender suas pesquisas em nome da ciência. Em ambos os casos é um ser humano como qualquer um de nós que se vai.

Alfie talvez saiba nada disto… Afinal, como ele mesmo indica, o que aprendeu sobre o assunto vem de um programa do Discovery Channel. Uau! Sério? Então quer dizer que para saber tudo de um assunto basta passar 45 minutos à frente do televisor e "ZATZ!", pronto, está tudo claríssimo.

Que tal então Alfie ter uma idéia do pensamento de Mayana Zatz sobre o assunto? Eis um trecho de uma entrevista dada por Mayana Zatz e que já foi publicada aqui no blog ("Veja e o aborto: os malabarismos de Reinaldo Azevedo"):

"Quando começa a vida?
Mayana Zatz - Nunca chegaremos a um consenso. (...) Formou-se o consenso de que a vida termina quando pára a atividade nervosa. Para muitos, esse é o fim da vida. Acham até que podem desligar os aparelhos e fazer um transplante de órgãos. Já que o fim da vida é determinado quando pára o sistema nervoso, por que não instituir que o início seja aquele em que começa o sistema nervoso?
E quando isso acontece?
Mayana Zatz - A partir de 14 dias de gestação. Mas vou além: acho que a vida começa quando o feto tem condições de viver fora do útero, independente da mãe. Antes disso, não." (destaques meus - original aqui )

Qualquer cientista de respeito sabe que a declaração de Mayana Zatz é uma besteira enorme. Segundo os parâmetros zatzianos, um bebê provavelmente só poderia ser considerado um ser vivo quando ele aprendesse a preparar o próprio alimento, a andar sozinho, se limpar, etc.

Um cientista, qualquer que seja, só fala tamanha asneira quando quer moldar a realidade à sua agenda. No caso, Mayana Zatz está querendo justificar as pesquisas com embriões a todo custo. Neste caso específico, ela vai tão longe em sua tentativa de empurrar sua agenda que diz uma coisa em um parágrafo e se contradiz no seguinte.

Enfim, o que temos é a velha questão de meios e fins. Um meio mau jamais justificará um fim bom. É altamente positivo que se pesquise cura para doenças gravíssimas, mas jamais tal cura deve ser procurada atacando-se a dignidade intrínseca à vida humana.

E ao Alfie vai mais um conselho: tente entender mais sobre os assuntos caso queira opinar e ser levado a sério.

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