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terça-feira, junho 10, 2008

Escândalo interminável



"Recordar é viver!"
? Não no Brasil dos dias atuais. Não mesmo! Entre nós, recordar, mesmo que o passado recente, é morrer um pouco a cada dia; é comer o pão amargo de uma realidade que ou piora ou permanece a mesma; é testemunhar a passividade dos que poderiam mudar o que deve ser mudado.

Infelizmente, teremos que recordar um escândalo que há vários anos vem acontecendo sem que nada seja feito.

Lembremos de Bernadete Aparecida Ferreira, coordenadora nacional da Pastoral da Mulher Marginalizada. Em fevereiro deste ano, a sra. Bernadete foi protagonista de um escândalo que gerou algumas mensagens neste blog.

Estávamos, então, às portas da Campanha da Fraternidade de 2008, cujo tema foi "Escolhe, pois, a vida", referência direta à luta contra os crimes do aborto e da eutanásia, crimes que certos setores querem que os brasileiros engulam como "direito".

Foi neste ambiente que a sra. Bernadete escreveu e distribuiu depoimento dizendo-se favorável à descriminalização do aborto. Sim, é verdade: uma coordenadora nacional de Pastoral achou por bem mandar o ensinamento da Igreja às favas, destilando o veneno de seu humanismo torto e mesquinho.

Mas isto ainda não é tudo...

O depoimento da sra. Bernadete não foi a primeira vez em que ela aproveitou a oportunidade para dizer-se favorável à descriminalização do aborto. Também conforme já divulgado em mensagem anterior neste blog, eis o que declarou em 2003 a sra. Bernadete:

"Bernadete Aparecida Ferreira, presidente da Organização Não Governamental (ONG) Casa da Mulher 8 de Março, diz que a criminalização do aborto não evita o ato. “Apenas gera clandestinidade e dá dinheiro a pessoas sem qualificação, que provocam danos à mulher”. Segundo ela, o aborto deve ser descriminalizado. “Para que as mulheres tenham serviços de qualidade”.

E foi esta senhora que em 2008, no ano de uma Campanha da Fraternidade dedicada a combater o aborto, declarou-se favorável à descriminalização desta abominável e hedionda prática. E é esta senhora que era então coordenadora nacional de uma pastoral.

Precisamos de mais?

Não, não precisamos... Mas há mais ainda. Infelizmente.

Quando este escândalo veio à tona a partir de uma reportagem do jornal "O Estado de São Paulo",
D. Pedro Luiz Stringhini, presidente da Comissão Episcopal para a Caridade, Justiça e Paz da CNBB, à qual está vinculada a Pastoral da Mulher Marginalizada (PMM), deu a seguinte declaração:

"O mandato da atual coordenação termina em março e a nova coordenadora terá de ser afinada com a CNBB."


Mais uma vez em mensagem neste blog, era expressada a estranheza de uma tal declaração do bispo, pois é de se imaginar que é altamente inconveniente para a Igreja e para o bem das almas que alguém que publicamente dê mostras de estar frontalmente em desacordo ao ensinamento da Igreja em assunto gravíssimo como o aborto tenha qualquer tipo de participação em uma Pastoral. O mínimo que deveria acontecer é que tal pessoa fosse afastada sumariamente de suas funções.

Na verdade, conforme demonstrado, já há muito deveria ter ocorrido tal afastamento, pois já em 2003 a sra. Bernadete mostrava a todos seu pensamento em relação ao aborto. Mas o que acabou acontecendo é que D.
Pedro Luiz Stringhini apenas deu a esperança de que ela seria afastada em março.

Passou março. Passou abril. Passou maio. Chegamos em junho, e o que temos? Temos o seguinte, retirado da página da Pastoral da Mulher Marginalizada:


(original pode ser visto clicando-se aqui)

Sim, é isto mesmo... Passaram-se vários meses e a sra. Bernadete Aparecida Ferreira, que é a favor de que o aborto não mais seja encarado como um crime, continua na coordenação nacional de uma Pastoral da Igreja.

Pergunta-se: é conveniente isto? Qual o motivo da paciência no trato com pessoas que há vários anos mostram-se contrárias ao ensinamento da Igreja em matéria gravíssima? Não se está falando de pessoas que pedem perdão ou que vivem em dúvidas por determinada situação. Não mesmo! Estamos falando de pessoas que não perdem a oportunidade de divulgar seu apoio à descriminalização do aborto.

Em outro escândalo, envolvendo a participação de uma feminista a favor do aborto em um DVD produzido para a Campanha da Fraternidade de 2008 (ver mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui), achamos por bem lembrar o que foi declarado no Concílio Vaticano II sobre o aborto e que alguns setores na Igreja que insistem em esquecer. Lembremos:

"Com efeito, Deus, senhor da vida, confiou aos homens, para que estes desempenhassem dum modo digno dos mesmos homens, o nobre encargo de conservar a vida. Esta deve, pois, ser salvaguardada, com extrema solicitude, desde o primeiro momento da concepção; o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis. (...)" - Gaudium et Spes, 51.

Curioso é que tais setores são os mesmos que bem gostam de instrumentalizar o CVII para justificar os mais absurdos abusos ao ensinamento tradicional da Igreja em matéria disciplinar, litúrgica, moral, etc.; e são estes mesmos que parecem ignorar as fortíssimas e claríssimas palavras do CVII sobre o aborto.

Por aí bem se vê a que agenda tais pessoas servem e quais são seus objetivos. Uma coisa salta aos olhos: isto nada tem que ver com a missão sagrada da Igreja.

Que tal, respeitosamente, escrevermos ao bispo sobre isto?

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