Doze anos de PT no poder alavancando o abortismo parece que não tem importância para tais pessoas, é o mínimo que se pode dizer. Isto sem contar que mesmo antes de chegar ao governo federal o PT já era o partido campeão em medidas que impulsionavam a liberação do aborto no Brasil.
Provas? Pois não: segundo um levantamento feito pelo jornal "Folha de São Paulo" no ano de 1996, tramitavam na Câmara 8 projetos sobre aborto; destes, 7 eram sobre legalização e ampliação do falsamente chamado "aborto legal"; destes 7, nada menos que 6 eram de autoria de petistas.
Um dos autores tornou-se folcloricamente conhecido recentemente: é Eduardo Jorge, que foi recentemente candidato à presidência pelo Partido Verde (PV). Em debates dos candidatos à presidência quando da eleição em primeiro turno, ele foi um dos mais ferrenhos defensores do aborto, mas é forçoso que seja dito que ele estava apenas sendo coerente com seu histórico de petista.
Mas Eduardo Jorge, enquanto ainda era petista, não ficou apenas no terreno de propostas legislativas relacionadas ao aborto. Não mesmo. Ele foi Secretário de Saúde da gestão de Luiza Erundina como prefeita da cidade de São Paulo, quando ela também ainda era petista. Luiza Erundina é um caso que já pude abordar aqui no blog: certa vez ela foi chamada para dar uma palestra para padres. É evidente que quem orgazina um troço destes tem uma agenda bem diferente do que prega a Igreja, não?
O importante aqui é lembrar que foi durante a gestão de Luiz Erundina em São Paulo, juntamente com seu então Secretário de Saúde Eduardo Jorge, que foi implementado o primeiro serviço no Brasil do enganosamente chamado "aborto legal". É o próprio Eduardo Jorge quem nos conta:
"Fomos nós, no governo Luiza Erundina, em 1989, que organizamos o Hospital de Jabaquara para ser o primeiro do Brasil a receber os casos de abortos legais. Na época, em nenhum lugar do brasil se fazia isso. E de lá pra cá, alguns poucos hospitais se organizaram para garantir esses dois casos. Mas isso é insuficiente, pois, a maioria dos casos não se enquadra no caso de estupro ou risco de vida, e a mulher fica descoberta. São centenas, milhares de mulheres que todos os anos se arriscam em abortos clandestinos."
Ou seja, acha-se as pegadas de petistas no favorecimento do aborto seja no parlamento, seja quando atuantes no executivo.
Mas voltemos ao caso Dilma Rousseff e aborto. Andam dizendo por aí que ela é pessoalmente contra o aborto. Certo. Então como explicar o vídeo abaixo?
No primeiro, sendo sabatinada pelo jornal "Folha de São Paulo", quando ainda nem era candidata à presidência, Dilma é enfática em sua resposta à pergunta do jornalista:
Jornalista: "Sobre o aborto, qual a posição da senhora? A legislação atual é adequada ou a senhora defende uma ampliação?"
Dilma: "Olha, eu acho que tem de haver a descriminalização do aborto. Hoje, no Brasil, é um absurdo que não haja a descriminalização."
Em um segundo momento, já como candidata do PT à disputa de 2010 pela presidência, Dilma já começou a ajustar seu discurso:
Jornalista: "O que a senhora está defendendo é a criação de um atendimento público para quem quer abortar?"
Dilma: "Para quem estiver em condições de fazer um aborto ou querendo fazer um aborto."
Jornalista: "Ou seja, é um ato de livre escolha..."
Dilma: "Acho que tem de ser tratado como uma questão de Saúde Pública."
Neste ponto, Dilma, já candidata, começa a utilizar a tática elaborada pelos grupos abortistas e que Lula utilizou com maestria durante muito tempo: dizer que aborto é problema de Saúde Pública. A verdade, verdade mesmo, é que eles sabem bem que há diversos outros problemas que são os principais causadores de morte materna no Brasil (ver "Maternidade é que é problema de Saúde Pública no Brasil, não o aborto"), mas nem estão aí, pois lutar contra os estas principais causas não lhes renderão manchetes e nem mesmo financiamentos internacionais para as ONGs promotoras do aborto.
Mas mesmo Dilma já ensaiando o discurso petista de dizer que aborto é problema de Saúde Pública, ela comete um ato falho ao responder que o aborto deveria estar disponível em atendimento público "para quem estiver (...) querendo fazer um aborto". Isto, nada mais é que defender o aborto por demanda, que é o clímax dos sonhos abortistas.
E agora? Falta alguma prova de que Dilma e o PT tentam há anos enganar a população sobre a questão do aborto? As próprias palavras da candidata desmentem aqueles que tentam defendê-la. É nítido que ela foi ajustando seu discurso conforme sua candidatura, ainda em 2010, foi se consolidando internamente no PT. Fora isto, é bom que se lembre de suas atitudes como governante, em que ela colocou na Secretaria Especial para as Mulheres uma conhecida militante pró-aborto, que não apenas militava, mas que também já havia feito abortos -- ver "Secretaria para Promoção do Aborto tem nova ministra" e "Lulistas, dilmistas e petistas: e agora?".
É bom que se diga também que a atuação de um presidente, no Brasil, não se faz apenas no campo do executivo. É ele quem indica os ministros do STF, que terão de ser aprovados pelo Senado (mas não se tem notícia de recente rejeição). O último indicado de Dilma para o STF foi o ministro Luiz Roberto Barroso, que foi nada mais que um dos advogados que defenderam a liberação do aborto de bebês anencéfalos quando deste julgamento no STF -- ver "Supermo Abortista".
E isto é apenas o que se pode averiguar com as informações disponíveis publicamente, mas há muito mais coisas que acontecem nas sombras, pois abortista é um tipo que detesta luzes em suas obras.
Agora é para perguntarmos: como alguém pode ter a petulância de dizer que Dilma não é a favor do aborto? É facilmente demonstrável que seu partido sempre buscou a liberação deste crime hediondo. Está gravado em vídeo o que ela diz sobre o assunto. Seus atos como governante são uma série de favorecimento à causa abortista. O que mais falta?
Fica claro a todos que os defensores de Dilma querem que todos façam como eles e olhem para o lado enquanto o mal vai se expandindo. Ela dizer-se "pessoalmente contra o aborto" é simples tática que foi sendo cada vez mais utilizada desde que sua candidatura, ainda antes de 2010, foi tomando forma. Esta tática foi utilizada com sucesso por seu mentor, Lula, que sempre foi um mestre em apresentar obscuramente seu real pensamento sobre o assunto.
Se tais pessoas querem defender Dilma, Lula e o PT, pois que o façam, mas que façam isto assumindo tudo o que eles representam, e não tentando proteger seus candidatos daquilo que eles sempre acreditaram, pregaram e fizeram. As provas estão aí para quem desejar procurá-las.
Quem viu o vídeo acima pôde ver o "católico" Gabriel Chalita defendendo a então candidata Dilma Rousseff em 2010. Chalita sabia perfeitamente do posicionamento de Dilma, Lula e do PT em relação ao aborto, mas procurou utilizar sua influência no meio católico para conter a sangria quando o tema aborto surgiu durante a campanha. É impressionante como 30 moedas de prata ainda são o sonho de muita gente... Desde então, Chalita, acusado de recebimento de propina, virou fumaça política e Dilma seguiu sua caminhada até hoje. Talvez isto seja um excelente símbolo para quem deseja vender sua fé para projetos que nada têm a ver com os princípios cristãos.