Abaixo segue uma tradução livre do artigo do Pe. Thomas J. Euteneuer desta semana, divulgado na e-Newsletter "Spirit & Life". Pe. Thomas, que é o presidente da Human Life International, discorre sobre o caso de Alagoinha e a desastrada intervenção de Dom Rino Fisichella -- e outros prelados -- sobre a questão.
O original pode ser lido aqui.
O original pode ser lido aqui.
***
Artigo de membro do Vaticano necessita de pronto esclarecimento
Não é nenhum segredo que os mliitantes pró-vida, ao longo dos anos, não tem podido contar com o apoio de muitos membros do clero em questões referentes à defesa da vida, mas, até agora, temos conseguido apoio de vários órgãos do Vaticano para uma clara, consistente e correta defesa da vida. Uma declaração feita há duas semanas por um alto membro da Santa Sé sobre um aborto no Brasil, contudo, causou espanto em muita gente, e está causando uma grande preocupação pelo seu impacto na forma como a Igreja poderá defender a vida por todo o mundo. Solicito vossas orações para que a Santa Sé esclareça e corrija esta situação o quanto antes, para que não haja mais danos.
O incidente em questão envolve -- inacreditavelmente -- o presidente da Academia Pontifícia para a Vida, Arcebispo Rino Fisichella, que deu uma declaração, em 15 de março, criticando um bispo no Brasil que acertadamente declarou estarem excomungados os médicos que fizeram um aborto em uma menina de 9 anos que estava grávida devido a um estupro. A menina estava grávida de gêmeos e desta forma foram abortados dois bebês. Apesar de sua pouca idade, ela não estava em sério perigo (de acordo com o hospital), e tampouco seus bebês. Mesmo se ela estivesse em perigo, o aborto teria sido imoral porque a morte direta de um inocente jamais é permitida. Mesmo sem explicitar que a Igreja condena inequivocamente o incestuoso ato cometido contra a pequena menina, contudo, a questão da excomunhão dos que fizeram o aborto permanece por si mesma e merece aplauso, e não críticas feitas por outros prelados. Infelizmente, o Arcebispo Fisichella não foi o único bispo a criticar publicamente a decisão do bispo brasileiro em aplicar a Lei da Igreja.
A inocente menina, desta forma, tornou-se o centro de uma tempestade criada pela indústria do aborto, que instrumentalizou sua vitimização para promover o aborto no Brasil, onde ele é atualmente ilegal. Infelizmente, a intervenção do Arcebispo Fisichella deixou a impressão de ser uma declaração semi-doutrinal, coube como uma luva nas mãos dos abortistas por parecer dar permissão para o aborto em situações-limites similares. O Arcebispo Fisichella não estava dando desculpas para o aborto em si em tais casos, mas devido a uma infeliz escolha de palavras em seu artigo, como era de se esperar, no mesmo dia em que o Arcebispo Fisichella publicou sua declaração, a Associated Press assim entitulou seu próprio artigo: "Prelado do Vaticano defende aborto para menina de 9 anos". O mundo observa e escuta o que vem do Vaticano por causa da enorme autoridade moral e espiritual da Santa Sé; e, da mesma forma, por causa da responsabilidade quando são feitas declarações em nome da Igreja Católica.
Eu aplaudo a maior parte do que foi feito neste caso pela diocese local no Brasil, e rezo para que todos os bispos tomem isto como um exemplo da forma certa de tratar com uma situação pastoral muito dificultosa. Os créditos devem ir para o Arcebispo José Cardoso Sobrinho e vários outros padres desta diocese por terem providenciado um generoso cuidado pastoral para a família durante o terrivel problema. Na verdade, quando a menina foi transferida para um hospital distante 230 km de sua paróquia, seu pároco viajava tal distância todos os dias para visitá-la e para assegurar à família que a Igreja providenciaria todo o cuidado possível para as três crianças vulneráveis.
A grande ironia em tudo isto é que, enquanto obtemos pouco ou nenhum apoio por parte de altos membros da Igreja para corrigir bispos que sejam negligentes em sua missão de guardar a fé e seu rebanho, neste caso o bispo fez exatamente o que era certo sobre a questão da excomunhão, e ele foi por isto criticado por um alto membro do Vaticano.
A mera aparência de uma concessão do Vaticano neste assunto veio no pior momento possível na atual situação cultural e política na América Latina. Este continente católico é um alvo especial das agressivas forças da cultura da morte; desta forma, a última coisa que precisamos é que a Igreja mostre-se fraca ou dividida sobre nossos ensinamentos ou nossa resolução em lutar contra os promotores da morte. A Igreja Católica e sua divina autoridade é em muitos lugares o único escudo que os não-nascidos têm para manter longe os abortistas e seus instrumentos de morte. Oremos para que o Vaticano retifique seu erro e que fortifique este escudo sem demora. Os não-nascidos do Brasil assim como os de outra parte do mundo contam conosco!
Rev. Thomas J. Euteneuer,
Presidente da Human Life International
Nenhum comentário:
Postar um comentário