“Muitos veem soropositivos com aparência saudável e acabam acreditando que a aids é de fácil controle. As pessoas não podem prescindir da proteção.”
A frase é de Maria Lúcia da Silva Araújo, mais conhecida como Lucinha Araújo, mãe de Cazuza e fundadora da Sociedade Viva Cazuza. Surpresa nenhuma quanto a isto, certo? A tal "proteção" da qual ela fala é o que todos já sabemos... Abstinência e castidade é que não é, claro está.
A forma como o problema da AIDS vem sendo tratado mundialmente e, mais especificamente, no Brasil, é invariável: mais e mais preservativos. E só. Prevenção relacionada à AIDS significa, basicamente, uma coisa apenas na cabeça deste pessoal. A grande ironia, e que deixa furibundos os ideólogos da AIDS, é que os avanços consideráveis acontecem nos locais onde se implementam medidas moralizantes, como em Uganda.
Mas o assunto AIDS, tornado refém das ideologias de sempre (esquerdismo, gayzismo, anti-catolicismo, anti-clericalismo, etc.), é muito vasto. O invulgar aqui não é a fala da sra. Lucinha, mas sim onde ela foi veiculada: em uma revista de uma entidade católica.
O Hospital São Vicente de Paulo, localizado no tradicional bairro da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, publica bimestralmente uma revista na qual são abordados assuntos relacionados ao hospital e à área da Saúde em geral. No número 5 desta revista (http://www.hsvp.org.br/revista5.pdf), a sra. Lucinha Araújo foi destacada como personalidade, aproveitando o lançamento do 1o. Prêmio Cazuza de Vídeo, que procura estimular jovens a produzirem vídeos educativos sobre meios de prevenção à AIDS.
Na página do concurso, o tema do mesmo é bem explicado:
"6. TEMA
6.1 Os vídeos selecionados serão utilizados na campanha de prevenção ao vírus HIV do Carnaval 2012, promovida pela Viva Cazuza em parceria com a UNAIDS e com o Departamento de HIV/AIDS do Ministério da Saúde, e devem guardar relação com o tema prevenção do HIV/Aids, buscando difundir informações sobre os meios de prevenção e estimular o uso de preservativos durante o carnaval. " (fonte http://premio.cazuza.com.br/)
"(...) estimular o uso de preservativos durante o carnaval"! Fica bem claro a todos qual é o tipo de proteção sobre a qual fala a sra. Lucinha Araújo na entrevista. O que surpreende é que isto seja divulgado em uma publicação de uma entidade católica. Isto sim é de revirar o estômago...
Que a sra. Lucinha venha a público defender um ponto de vista que tem levado muitos à morte, enganando várias gerações sob a farsa de que existe mesmo "sexo seguro", é coisa que não causa sobressaltos a ninguém. É burrice, pura e simples, pensar que um pedaço de latex serve de substituto à consciência, assim como é burrice, e burrice perigosa como podemos ver pelos inúmeros infectados, dizer aos jovens que façam o que desejem fazer desde que tenham o cuidado de usar preservativos.
Abstinência, valorização do casamento como espaço saudável para vivência da sexualidade, valorização da castidade, nada disto faz parte do discurso oficial e de ONGs várias quando o assunto é prevenção da AIDS. Ou seja, o discurso católico, que curiosamente é o único que realmente dá uma resposta efetiva contra a doença, é deixado de lado totalmente. E é uma revista de um hospital sob responsabilidade de uma congregação católica que dá destaque de "personalidade" a uma senhora que advoga exatamente o contrário do que ensina o catolicismo? É esta mesma revista que abre espaço para a divulgação de um concurso que busca "estimular o uso de preservativos durante o carnaval"?
Isto é um completo absurdo!
E não é apenas sobre prevenção à AIDS que a sra. Lucinha Araújo se perde, a mesma coisa acontece quando ela se refere ao aborto...
À época das últimas eleições presidenciais, quando a questão do aborto finalmente apareceu à população (até então o conluio entre ONGs, governos e grande mídia impedia o tema de ser tratado em qualquer eleição), um time de feministas e assemelhadas apareceu dando declarações em uma matéria no jornal O Globo. Lucinha Araújo fez parte deste time e declarou o seguinte:
" - O Brasil ainda não conseguiu separar Estado de religião. Devemos achar o meio termo e discutir se o Estado deve interferir tanto na vida íntima das pessoas, como na questão do aborto. O corpo é da mulher, não uma questão de Estado. Deveríamos pensar mais na assistência, como o direito à creche e à saúde."
Talvez a sra. Lucinha não saiba ou finja não saber, mas o corpo da mulher é apenas o que é realmente seu corpo, mas não o corpo de seu filho. Que se pense na assistência, em creches e na saúde das mulheres é excelente, mas este pensamento de forma alguma passa pela liberalização de um crime hediondo como o aborto.
E é esta senhora que ganha destaque como "personalidade" na revista do Hospital São Vicente de Paulo?
Creio que, provavelmente, as irmãs responsáveis pelo hospital (quatro das quais fazem parte do conselho editorial da revista) não devem ter consciência do que vem sendo publicado na revista. Deveriam, isto sim, procurar saber quem foi responsável por aprovar a publicação de um lixo destes.
Duvido muito que faltem veículos para a sra. Lucinha Araújo divulgar suas idéias nada católicas sobre prevenção da AIDS e, por isto, é desnecessário que o Hospital São Vicente de Paulo lhe forneça qualquer tipo de ajuda.
O hospital possui um "Fale Conosco" e seria bom o envio de mensagens, devidamente respeitosas, questionando o motivo de fornecerem espaço para publicação de tamanho absurdo.
Que São Vicente de Paulo, apóstolo da caridade, rogue por nós e, principalmente, por suas filhas espirituais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário