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domingo, março 21, 2010

Eis como tratar um político que se diz católico




O vídeo que vai acima é uma aula sobre como tratar um político que se diz católico.

A repórter é Laura Ingraham, que substituia o apresentador Bill O'Reilly, no programa "O'Reilly Factor". Laura é convertida ao catolicismo. O político é um deputado democrata do estado de Illinois.

O assunto em pauta era a legislação sobre a reforma do Sistema de Saúde dos EUA. Entre outras coisas, um dos pontos principais que levou a grande maioria dos bispos norte-americanos a alertarem os fiéis sobre o perigo de tal legislação seria que tal legislação levaria o dinheiro de impostos ser utilizado para abortos. Ou seja, mesmo quem é contra o aborto terá seu dinheiro utilizado para este crime abominável.

Um católico que mantém o mínimo de coerência com sua fé, deveria lutar contra tal legislação.

Eis uma tradução livre do trecho da entrevista que está no vídeo acima:

Laura Ingraham - Vocé é católico?

Dep. Gutierrez - Sim, eu sou.

L.I. - Você acredita na autoridade dos bispos e no primado do Papa?

Dep. G. - Eu penso que minha Igreja é uma parte muito importante em minha vida.

(…)

L.I. - Então o senhor não se importa que os bispos tenham dito que um católico em boa consciência não pode apoiar esta lei que irá reformar nosso sistema de saúde porque ela vai financiar abortos? Isto não te diz nada?

Dep. G. - S-s-sim… Isto me afeta. E e-eu… E-eu também tenho que apoiar a Constituição dos EUA e há uma separação entre Igreja e Estado. E sabe? Eu tenho muito respeito por nossas lideranças religiosas e, como católico, eu tenho o maior respeito, especialmente pelo cardeal de minha diocese, que é, basicamente, a voz principal da Igreja nos EUA. Nós tivemos conversas e diálogos, mas, neste caso, nós devemos separar aborto e este assunto.

L.I. - (interrompendo-o) Mas você acredita que pode fazer isto como católico?

Dep. G. - O que?

L.I. - Como católico, você pode separar seus comentários públicos, suas posições públicas em um assunto como a vida, que está presente nesta legislação?

Dep. G. - S-sim… Deixe-me te dizer uma coisa… Você pode olhar todo meu histórico em 25 anos de serviço público e eu nunca votei como católico e eu sou um bom católico. E esta é a posição que mantenho...

L.I. - Bem… Esta não era a pergunta…

Dep. G. - Bem… Esta é a minha resposta…

(….)

Quem vê logo no início o deputado não respondendo a pergunta direta da repórter sente que coisa boa não sairá da boca dele. Se um católico responde de forma evasiva quando perguntado se acredita ou não na autoridade dos bispos e no primado do Papa, o resto fatalmente seguirá esta recusa de transparência.

Da mesma forma, quando vemos um católico esconder-se atrás da separação entre Igreja e Estado para justificar seus posicionamentos, podemos ter certeza que o tal católico sabe muitíssimo bem que está indo frontalmente contra a Igreja em assuntos nos quais ela é soberana. E sobre defesa da vida, uma questão moral, a Igreja é A VOZ a ser ouvida.

Um outro ponto a notar da fala do deputado "católico" é que ele orgulhosamente diz que sua atuação como político praticamente deixa de lado seu catolicismo.

Quando um católico acha que é seu dever ser católico apenas em certas ocasiões, podemos contar que coisa boa isto não vai dar. Um católico, mesmo com a separação entre Igreja e Estado, jamais pode se portar como um ser bicéfalo, um ser que acha que tem que deixar seu catolicismo guardado quando está servindo ao deus-Estado.

De forma nenhuma! Nossa atuação política deve necessariamente refletir nossa crença e nossos princípios. Se alguém acha que deve tornar-se um ser ambíguo e amorfo para se adequar ao requisitos do mundo, pode contar que estará fazendo muito mais o trabalho dos adversários da Igreja do que se portando como católico.

A defesa que o deputado democrata faz de uma legislação que leva o financiamento de abortos em seu texto exemplifica bem isto.

Mas afinal que tem tudo isto a ver com o Brasil? Muito, infelizmente.

Aqui entre nós, os bicéfalos, estes católicos que acham que devem deixar o catolicismo de lado quando lhes convém, estão em posições mais elevadas e não temos uma Laura Ingraham, que é uma simples leiga, para cobrar posicionamentos claros de nossos políticos. Aqui entre nós, temos que agüentar até cardeal desculpando as escorregadas de nosso "catolicíssimo" presidente.

Temos emissoras de tv e rádios com programação católica, mas não temos repórteres para ir atrás de nossos políticos que se dizem católicos e os confrontarem com as verdades de nossa fé, exatamente como Laura Ingraham fez com um político democrata? Falta gente ou falta vontade?

E o que fazemos? Ora, aqui no Brasil convidamos ministra de um governo abortista, de um partido abortista e com um passado de terrorismo -- do qual nunca se arrependeu -- para as leituras da Santa Missa! Não é edificante isto?

O fato é que nossas tvs, rádios, jornais e revistas católicas não designam repórteres para fazerem as perguntas que seriam reveladoras porque sabem bem a resposta e parece que não interessa a muita gente que certas verdades venham à tona e sejam conhecidas por um público maior.

Mais uma eleição de nível nacional aproxima-se e, mais uma vez, teremos abortistas, socialistas, comunistas e outros tipos semelhantes dizendo-se "católicos" sem que tenham, no mínimo, a necessária confrontação de suas ideologias com os princípios da fé que professamos.

Lamentável.

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