Em julho do ano passado, aqui no blog foi denunciado que a Pastoral da Mulher Marginalizada de Belo Horizonte (PMM-BH) postou em seu blog um texto, produzido pela Secretaria de Política para as Mulheres (SPM), em que há um alerta para a "ameaça" que a tramitação do chamado Estatuto do Nascituro (Projeto de Lei 478/2007) era para o "direito ao aborto em caso de estupro".
Por ir frontalmente contra o que ensina a Santa Igreja, tal fato causou estranheza e indignação em muitos católicos. Sentindo a pressão, a PMM-BH retirou de seu site a íntegra do texto da SPM, mas, curiosamente (espertamente?), manteve o link para o texto.
Passaram alguns meses e a PMM-BH volta às suas. Agora a coisa foi feita de forma mais velada, mais, digamos, intelectualizada.
No dia 08/11/2010, a PMM-BH publicou em seu blog um texto de Ivone Gebara, conhecida "teóloga feminista", seja lá o que isto signifique. Com o sugestivo título de "Direito a decidir: algumas reflexões filosóficas e teológicas", o texto da teóloga atinge níveis abissais de chatice, mesmo se tormarmos como padrão o que vai na academia brasileira.
Quem tiver saco e estômago para ler ao menos o início de seu texto, poderá se deparar com frases que mais parecem produzidas para alguma Cartilha das Obviedades a ser produzida pelo Ministério da Educação. São frases tais como:
"Em outros termos não há vida sem morte. Não há morte sem vida."
"Os cadáveres nos mostram o que é a morte."
"A vida não é algo abstrato. A vida é uma vida."
Mas nem só de obviedades vive uma "teóloga feminista"! Podemos ler passagens que, se não caem no comum abismo de obviedades exemplificado acima, contentam-se em comer o pó do chão que é pisado por nós, pobres mortais. São frases que não atingem a altura de uma criança de 2 anos. É, digamos assim, uma linguagem que fica no nível dos répteis, arrastando-se pelo chão.
Há teólogos que atingem os Céus, como São Tomás de Aquino ou Santo Afonso de Ligório, e outros que ficam por aqui mesmo, comendo o pó da terra. Comendo e gostando, claro. Este é o caso de Ivone Gebara.
A escrita reptilina da sra. Gebara pode ser vista em alguns trechos bem peculiares:
"Olho-me no espelho ou me percebo de muitas formas e digo: essa sou eu e eu sou minha vida e minha circunstância. Deixo-me olhar pelo outro ou olho o outro e o reconheço como um outro, meu semelhante, uma outra vida."
Uau! Tivessem mãos, as cobras, também acostumadas a comer o pó, aplaudiriam tal escrito.
Mas Ivone Gebara vai mais longe. Mostrando-se multifacetada, ela tira da cartola uma metáfora com bordados:
"Às vezes, tentamos desmanchar algo para bordar novos traços com novas cores. Mas, nem sempre o bordado inicial desaparece. Ficam traços e às vezes até cores meio desbotadas que não conseguem sair da tela como se fossem manchas indeléveis. Há alguns bordados poderosos, sobretudo aqueles que nos vêm da educação familiar e das instituições da religião. São resistentes, agarram-se à tela da vida e até podemos rasgar a tela se tentamos arrancá-los à força. Mesmo quando conseguimos desfazê-los eles parecem voltar em forma de culpas, arrepios, emoções angustiantes."
Quem conhece o pouco que seja do que anda escrevendo Ivone Gebara compreende um pouco o que vai por trás do traçado...
Dúvidas? Basta ver o que ela escreveu antes de começar a se enrolar em linhas e bordados;
"Aliás, é bom dizer que a palavra "vida", como é empregada hoje, num sentido genérico e abstrato é relativamente recente. A Igreja Católica Romana, por exemplo, tem usado esse termo de forma reducionista, sobretudo quando se refere ao feto. O nome que dão ao feto agora é VIDA e, reduzem o direito à VIDA a proibição de interromper uma gravidez nas primeiras semanas de gestação. Esse emprego indevido corre o risco de levar-nos a abstrações e generalizações que nos distanciam das dores e carências reais de nossos corpos."
Neste ponto é bom avisar ao que não sabem que Ivone Gebara é freira. Pois é! Quem diria, não? Pelo trecho acima alguém pode pensar que a sra. Gebara é outra coisa, algo que não tenha nada a ver com a Santa Igreja.
Mas a teóloga feminista, após pó e bordados, e um bom trecho em que ela fala de "decisões" de uma forma genérica e despistadora, começa a dizer mais claramente a que veio.
"Há muitas outras decisões que podemos enumerar, mas creio que existe uma que está em nossa mente, pois tem a ver com uma das razões da convocação desse encontro.
Trata-se do direito a decidir sobre nosso corpo, sobre nossa vida sexual, sobre um possível aborto ou interrupção da gravidez. (...)"
E aí a coisa começa a esquentar. Ao menos é bom que vá ficando claro o que pensa a freira. E o que ela pensa, fica bem longe até do pó, é coisa que vai bem fundo na terra. Exemplo:
"(...) A partir de um registro cristão, costumamos pensar que abortar um feto é tirar a vida ou a possibilidade de vida e que, portanto, é uma decisão pecaminosa independentemente, muitas vezes, de uma opção religiosa precisa e das circunstâncias de vida de cada mulher. (...)"
Se neste trecho a linguagem da freira/teóloga não afirma claramente que abortar não é tirar uma vida, utilizando com maestria a generalização do plural ("costumamos") de forma a evitar encarar de frente a questão, a opção pelo famoso "direito a decidir" -- o mais famoso eufemismo do ato de abortar --, não deixa margem à dúvidas.
Todo o restante do texto da "teóloga feminista" (aliás, existe "Teologia Machista" também?) é um blablablá interminável que serve apenas para confundir, enganar, manipular quem a leva a sério. E sim, tais pessoas existem, e a PMM-BH está aí para não me deixar mentir.
Que tal ver o que diz a freira sobre o que é a religião? Vejamos:
"Viver é difícil. O ser humano é capaz de criar uma porção de coisas para ajudá-lo a viver. A religião é uma delas. Ao criar a religião cria poderes sobre si mesmo, poderes que para ajudá-lo são imaginados como absolutamente superiores e diferentes dele mesmo."
Sim, é uma freira mesmo que escreveu isto. A religião virou na pena da sra. Gebara coisa meramente humana, praticamente uma criação mesquinha criada pelo homem para o ajudar viver com as dificuldades que o cercam. E os tais "poderes" são a pedra de toque para que ela possa seguir sua enganação fantasiada de teologia.
Nem é necessário muita imaginação para saber que esta caracterização da religião como coisa meramente humana é feita unicamente para esvaziar qualquer sentido dos "poderes". Dona Gebara entende de bordado como ninguém.
Querem ver como a "teóloga feminista", debaixo daquela chatice que para ela faz as vezes de teologia, tem uma agenda que faria delirar qualquer esquerdista anti-católico (e qual não é?)? Retiradas as frases de uma obviedade pueril, retiradas as tediosas frases de efeito, retiradas as preparações sorrateiras e enganosas, retirado tudo isto, eis um trecho que resume tudo o que Ivone Gebara quer dizer:
"A crença religiosa não pode ser lei válida para todas as situações. Por exemplo, as testemunhas de Jeová não admitem transfusão de sangue, mas em situações especiais o crente pode decidir de não acolher esta norma. Com isso, estou querendo permitir a cada uma de nós o direito de decidir sem a intervenção de crenças promulgadas muitas vezes pela elite sacerdotal religiosa vigente ou crenças fruto de uma história passada que já não é mais significativa nos dias de hoje. A fé religiosa é sempre maior do que a crença imposta por uma elite que se afirma representante de Deus."
Está tudo aí! A relativização da religião como fundamento moral para o homem em primeiro lugar é a preparação para uma "libertação" dos limites morais explicitados e formalizados pela religião.
Em seguida vem o segundo golpe: a "libertação" das mulheres-mães da intervenção da hierarquia ("elite sacerdotal") ou da Tradição ("crenças fruto de uma história passada") que para ela é obsoleta ("já não é mais significativa nos dias de hoje").
E Ivone Gebara, em sua fúria destruidora de tudo que atrapalha sua sanha libertária não tem problema algum em afirmar seu credo na frase final, na qual sua fé relativista deita por terra a hierarquia, o Magistério. Afinal, claro está, para ela o Magistério apenas "se afirma" representante de Deus, mas efetivamente não o é.
Este é o pensamento de uma freira, de uma religiosa... Bem, na verdade não é. Se alguém se dispõe a escrever as asneiras que Ivone Gebara escreve, há muito que já deixou de ser freira. Ou isto ou ela vive em uma situação de constante contradição, o que pode até ser um caso patológico.
Seu texto é puro orgulho, sem qualquer argumento que preste. A hierarquia católica atrapalha sua agenda? Então ela vem e afirma que a hierarquia não tem qualquer fundamento. A própria religião aparece em seu caminho? Pronto, ela afirma que a religião é obra meramente humana. A Tradição a limita? Ela diz que os tempos são outros, ora!
Em que ela se fundamenta? Em si própria, claro. A medida de Ivone Gebara é ela própria. Isto lhe basta. Quanto orgulho...
***
Mas, passada a chatice gebariana, é para se perguntar novamente: o que um texto destes, que nada mais é que uma defesa do tal "direito ao aborto", faz em uma página de uma pastoral católica? O que um lixo destes tem a ver com o catolicismo?
Um texto cuja única função é relativizar a religião, enxovalhar a hierarquia e a tradição, e tudo com o único objetivo de alçar o aborto a um direito. O que este troço faz no blog da PMM-BH?
Como coloquei no início desta postagem, a PMM-BH já tem histórico de usar seu blog para dar voz a abortistas. Pressionada, a pastoral resolveu tripudiar com os que se indignaram contra o absurdo: retirou o texto da Secretaria de Política para as Mulheres, mas colocou um link para o texto. Ok!
E não é que agora, poucos meses depois, a PMM-BH resolve tripudiar mais um pouco com os católicos que encaram seriamente sua fé? Pois como classificar de outra forma que a PMM-BH divulgue em seu blog um texto que a pretexto de defender o "direito ao próprio corpo" (e para os nascituros resta o lixo, certo?) rebaixa a religião a coisa meramente humana, desautoriza a hierarquia, chama a Tradição -- um dos pilares da Fé Católica -- de coisa ultrapassada, isto e outras coisas mais.
O que este lixo travestido de Teologia faz em uma página de entidade católica?
Quando retirou o texto da Secretaria de Políticas para as Mulheres, a PMM-BH dizia que o texto nada mais era que uma tentativa de informar. Fora isto, a PMM-BH, afetando uma indignação que não lhe cabia de forma alguma, assim se pronunciou:
"As pessoas que teceram comentários ofensivos e abusivos em relação ao trabalho da Pastoral da Mulher, poderiam ter usado do diálogo e terem apresentado críticas construtivas, que viessem contribuir. Nosso trabalho é sério, idôneo e está totalmente de acordo com a Pedagogia de Jesus. Nossas portas estão abertas para o diálogo e para quem desejar conhecer a entidade e a realidade que enfrentamos."
A chamada ao diálogo é simples jogada para a galera. Na postagem houve dois comentários feitos por leitores no dia 02/08/2010, e ambos ficaram sem resposta por parte da PMM-BH. Um dos comentaristas até mesmo pergunta claramente qual é, afinal, o posicionamento da PMM-BH em relação ao aborto, se a entidade está com a Igreja ou não.
Resposta? Nada. "Diálogo"? Zero.
Parece que a divulgação do lixo saído da pena de Ivone Gebara serve bem como resposta ao comentarista que cobrava posicionamento da PMM-BH, não?
É de se estranhar, também, que o tal desejo de informar da PMM-BH jamais deu uma linha de espaço em seu blog para qualquer manifestação Pró-Vida.
Que coisa, não? A tal informação só parte de quem vê o aborto como um direito.
E agora, para finalizar, uma informação que diz muito: a fonte do texto de Ivone Gebara publicado no blog da PMM-BH é o site ADITAL, um antro de escritos esquerdistas. Mas o que mais mostra o fundo do poço que a PMM-BH se meteu é quando vemos que o texto da "teóloga feminista" foi produzido para um seminário de multiplicadoras das Católicas pelo Direito de Decidir ocorrido em São Paulo.
Desnecessário dizer qualquer coisa sobre esta entidade... Sua luta pela legalização do aborto é notória a qualquer um e a PMM-BH, ao reproduzir um lixo produzido na medida para ajudar na luta pela liberação do aborto, mostra a quantas vai sua disposição de tripudiar com a Fé que deveria seguir.
2 comentários:
mulher imunda!
olá, Salve Maria!
Que texto excelente, desmascara por completo essa feminista esquisita metida a teóloga.Hoje em dia qualquer um pode ser teólogo, diga-se de passagem.
Achei esse texto e esse blog por acaso,pesquisando sobre aborto.
Muito bom seu blog,
Deus lhe abençoe.
Giselle.
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