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sexta-feira, novembro 21, 2008

Padre Euteneuer: A Cultura Católica e a eleição de Barack Obama


Abaixo segue a tradução livre da segunda parte da série de três artigos na qual o Pe. Thomas J. Euteneuer, presidente da Human Life International, analisa a recente e desastrosa eleição do messias abortista Barack Obama para a presidência dos EUA.

O primeiro artigo da série pode ser lido aqui.

A participação de "católicos" no contigente eleitoral de Obama é preocupante, principalmente, como bem demonstrou o Pe. Euteneuer, quando vemos que estes "católicos" mostram um profundo desconhecimento e até mesmo desprezo pelos ensinamentos do Magistério.

Uma das grandes parcelas de culpa, segundo o Pe. Euteneuer, e eu concordo plenamente com ele, é devida à falta de atitudes firmes e ortodoxas de nossos pastores. Qualquer semelhança com a situação da Igreja no Brasil não é mera coincidência, pois aqui também vários são os casos em que uma firme posição de vários bispos seria mais do que necessária para debelar a confusão que se abate sobre várias parcelas de fiéis.


O texto do Pe. Euteneuer, embora dirigido aos católicos norte-americanos, cai como uma luva para a Igreja no Brasil, na qual há tantos "católicos" que - para utilizar uma imagem do texto do padre - querem falsamente utilizar o nome de "católico" por causa de seus benefícios sem que estejam dispostos a carregar as cruzes inerentes a esta escolha.

Fiquemos com o excelente texto do Pe. Euteneuer. O original pode ser lido aqui.


***

Eleições Parte II

A Cultura Católica e a eleição de Barack Obama

Não é mais possível falarmos de "Cultura Católica" nos EUA. Um amplo segmento da população que se apresenta como "católica" não mais sente a menor ligação a qualquer padrão de ortodoxia católica ou até mesmo de sanidade. Na verdade, é até mesmo impossível de se falar em Cultura Católica na maior parte das paróquias! Em uma recente "Feira de Pastorais" de uma grande paróquia do sul da Flórida, o "Ministério do Respeito à Vida" da paróquia mostrou seu material pró-vida próximo à mesa do Comitê de Justiça Social da mesma paróquia. Qualquer similaridade entre os dois ministérios limitava-se ao espaço que ambos compartilhavam. Suas visões de mundo não poderiam ser mais diferentes, mas ambos se chamavam "católicos".


Na verdade, o pessoal da "Justiça Social" estava radiante pela eleição seu novo messias, Barack Obama. Muitos deles falavam de seus planos de estarem presentes à posse e demonstravam ignorar que no mesmo local dois dias mais tarde haverá por volta de 100.000 pessoas marchando pelo direito à vida de norte-americanos não nascidos, os mesmos aos quais eles não deram importância alguma ao votarem em Obama para ocupar o mais alto cargo da nação. Uma destas pessoas até mostrou-se chocada ao saber da iminente assinatura do "Freedom of Choice Act" (FOCA) até que foi confrontado com o infeliz fato de que seu messias apoiou amplamente esta perniciosa legislação em seu último mandato. E mesmo diante desta verdade devastadora, tal pessoa não permitiu que isto tivesse qualquer efeito em sua euforia. Sua cabeça já estava feita, e ele não permitiria que ela fosse confundida por fatos. Desnecessário dizer que os católicos ortodoxos, praticantes, crentes, pró-vidas não irão à posse do novo presidente.


Como podem estes dois grupos sentarem lado a lado nos mesmos bancos e divulgar seus ministérios no mesmo espaço da mesma paróquia? Simplesmente porque esta contradição tem sido tolerada por anos exatamente por aqueles no comando de nossa Igreja. Durante este tempo eleitoral nenhum destes grupos recebeu qualquer aconselhamento sobre como votar de acordo com os princípios católicos; como é de praxe, houve silêncio nos púlpitos sobre o assunto. A absoluta falha por parte de nossos líderes em definir para os fiéis o que significa fazer parte da Igreja - e então cobrar coerência a isto - levou-nos à degradação da Cultura Católica e à perda de consciência do que é sagrado. Quando Cristo e Belial são considerados parceiros iguais no santuário, então nada mais no santuário significa algo e nenhuma referência significante existe que torne distinto um verdadeiro católico de um falso católico.


A degradação da cultura católica é largamente, mas não exclusivamente, culpa do clero. Por quatro décadas na Igreja Católica nos EUA pudemos ver:
  1. Abusos litúrgicos desenfreados, ajudados e induzidos pelos superiores
  2. Duas ou três gerações de católicos abandonados sem a devida catequização ou ensinados com uma doutrina protestantizada frágil e superficial, passada como se fosse educação católica
  3. Abusos sexuais por parte do clero sem que a hierarquia desse a devida importância
  4. Fechamento de olhos perante importantes dissidentes e hereges pertencentes à classe política
  5. Intermináveis ataques à doutrina que virtualmente não recebem qualquer resposta da parte de nossos pastores (e se não fosse pela "Catholic Answers", "EWTN" e a "Catholic League" não haveria quem defendesse a Fé Católica)
  6. O sucumbimento das instituições católicas de ensino superior aos ataques da onda politicamente correta
E a lista pode ser aumentada ainda mais...

Frente a tudo isto, deveríamos estar surpresos que 54% dos "católicos" votaram em Barack?

A batalha pela Cultura Católica inicia-se conosco, e não há tempo como o atual para vestirmos nossa armadura da guerra espiritual. Ou acreditamos e praticamos o que a Igreja ensina ou vivemos como parte de uma igreja sombria, falsamente utilizando o nome "católico" apenas por seus benefícios sem que ao mesmo tempo carreguemos as cruzes que isto requer.


Há, contudo, grande esperança para o futuro porque a batalha já se iniciou: novas universidades católicas estão ganhando importância sobre as antigas e decrépitas casas de heresia, novas ordens religiosas ortodoxas e com abundantes vocações apareceram, famílias adeptas do "home schooling" e importantes movimentos de leigos são agora abundantes. Apenas quando nós tomarmos de volta nossa amada Igreja dos falsos católicos e clérigos nossa Igreja estará preparada a se levantar e fazer frente aos ventos de paganismo que nos atingiram mais rapidamente do que estamos dispostos a admitir. Este projeto terá um preço, contudo. O preço de ser um verdadeiro crente será indubitavelmente muito maior do que antes. Iniciando agora e continuando na próxima geração nós, como católicos, deveremos mostrar ao mundo não apenas no que acreditamos mas que estamos dispostos a doar nossas vidas por isto, como verdadeiras testemunhas da verdade.


Em Cristo,
Rev. Thomas J. Euteneuer

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