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domingo, setembro 14, 2008

Por que não voto em Molon


Alessandro Molon, deputado estadual no RJ, é o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) à prefeitura da cidade do Rio de Janeiro.

Molon é uma pessoa carismática, é íntegro, é um homem voltado à família. Molon é honesto, é batalhador, é inteligente, é correto. Molon é católico, é um homem respeitador das leis. Molon é uma boa pessoa pelo que sei. Coisa excelente termos um homem com tantas qualidades concorrendo ao cargo de prefeito de uma cidade como o Rio, não? Com certeza!

Apesar disto tudo, não voto em Molon. O motivo é simples: ele é do PT.

Primeiramente, o PT é um partido socialista, o que deveria bastar para qualquer católico que tente humildemente ser digno desta Graça Divina fique longe de se enlamear com tais entidades. Não há nada que católicos devam fazer unindo-se a partidos ou entidades socialistas. E não sou eu quem o diz, é o próprio Papa, o Sucessor de Pedro:

"(...) O socialismo, quer se considere como doutrina, quer como fato histórico, ou como «ação», se é verdadeiro socialismo, mesmo depois de se aproximar da verdade e da justiça nos pontos sobreditos, não pode conciliar-se com a doutrina católica; pois concebe a sociedade de modo completamente avesso à verdade cristã." [S.S. Pio XI, Encíclica Quadragesimo Anno]

Molon, por ser uma pessoa inteligente, por ser professor de História, não pode alegar, como um católico não muito esclarecido talvez pudesse, que não conhece o que o Magistério já proclamou sobre a participação de católicos em entidades socialistas. O ensino de S.S. Pio XI é claríssimo, e ele foi mais adiante ainda, com palavras duras e necessárias, ainda na mesma Encíclica:

"Socialismo religioso, socialismo católico são termos contraditórios: ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista." [negrito meu]

Mais claro que isto é impossível. Difícil é entender a quantidade de católicos, e até membros do clero, que resolvem ignorar a palavra do Papa. Embora não haja partidos que recebam um selo de aprovação da Igreja, e é bom que seja assim, está mais do que claro os que vão frontalmente contra o que diz o Magistério. O PT de deputado Molon é um deles.

Mas este é apenas um dos ângulos pelo qual Alessandro Molon deveria, no mínimo, reavaliar sua participação política. Um outro ponto é o próprio PT.


"O PT é o Lula. O Lula é o PT."

O deputado Alessandro Molon, para alavancar sua candidatura -- o que não aconteceu e, provavelmente, não acontecerá -- fez-se conhecer como o "candidato de Lula" na cidade do Rio de Janeiro. Nenhuma surpresa, dada a alta popularidade do atual presidente neste segundo mandato. Popularidade esta, diga-se, mantida principalmente devido a programas assistencialistas, executados sob os olhares quase unanimemente coniventes da grande mídia e da elite inlectual do país. É esta popularidade, baseada em políticas altamente questionáveis, que Molon tenta capitalizar para si.

Molon é um homem até admirado por sua ética, mas o que ele tem a dizer sobre a ética de seu partido? O que tem Molon a dizer sobre, por exemplo, o Mensalão? O que tem Molon a dizer sobre o lamentável papel do presidente Lula em todo o episódio? Lula dizer que de nada sabia, não engana ninguém e, assim podemos imaginar, tampouco deve enganar Molon. Por que, então, Molon faz tanta questão de mostrar-se como o candidato de Lula? Molon concorda com os métodos de Lula?

Pergunta que permanece sem resposta: por que o ético Molon deixa de lado os desvios éticos de seu partido e de suas principais figuras?

E sobre o aborto? Acaso o deputado Molon ignora que a busca pela liberação do aborto, esta prática hedionda, ganhou uma aceleração jamais vista em nosso país a partir da ascensão de Lula ao poder? O deputado Molon, católico, ignora que diretrizes de seu partido tomam a descriminalização do aborto como um importante item programático? Molon ignora que todos os petistas que algum dia estiveram em posição de influenciar positivamente na luta contra o aborto foram devidamente colocados de lado?

O deputador Molon, que tão sem-cerimônia insiste em ver sua imagem ligada à do presidente Lula, com certeza conhece o posicionamento pessoal deste sobre o aborto. Eis o que o presidente declarou:

"Eu tenho um comportamento como cidadão, sou contra o aborto e não acredito que tenha uma mulher nesse País que seja favorável. Como chefe de Estado, no entanto, sou favorável que o aborto seja tratado como questão de saúde pública."

Alessandro Molon concorda com um tal posicionamento? Acha mesmo que o aborto é tão somente uma questão de Saúde Pública? É bom que lembremos que um tal posicionamento é exatamente o do Ministro Temporão, que até mesmo durante a visita de S.S. Bento XVI ao Brasil procurou polemizar com a Igreja em relação a este assunto.

Não é sem relevância este posicionamento do presidente, pois como é bem divulgado atualmente "O PT é o Lula; Lula é o PT", e ao vermos esta identidade praticamente orgânica entre Lula e PT, é como se o pensamento e as práticas de Lula fossem absorvidas por todos os seus partidários.

Por que?

Se Molon não concorda com o posicionamento de Lula e de seu governo em relação ao aborto; se Molon não concorda com os métodos do PT no governo federal tais como o Mensalão, como as alianças com nomes tais como Roberto Jefferson, José Sarney, Jáder Barbalho, Fernando Collor, Paulo Maluf; se Molon não concorda com a produção de dossiês que buscam intimidar opositores; se Molon não concorda com a prática de caixa 2; se Molon não concorda com a nítida bagunça que tomou conta dos Órgãos de Segurança a partir da ascensão do PT ao posto mais alto do Poder Executivo, ao ponto de até mesmo o presidente do STF ter seu telefone grampeado; se Molon não concorda com tudo isto e com muito mais que poderia ser aqui listado, o que então ele ainda faz no PT?

Uma pista sobre uma possível resposta poderia ser obtida em uma entrevista que o deputado concedeu ao repórter Sydnei Rezende pouco depois da eleição para seu segundo mandato como deputado estadual.

Perguntado sobre o porquê de ele, Alessandro Molon, não ter saído do PT devido às várias denúncias que apareceram durante o primeiro mandato do presidente Lula, o deputado declarou que "Eu acho que a gente não muda as instituições trocando de barco".

Bom saber que Molon consegue bem justificar para si sua permanência em meio à tanta sujeira de seu partido. Aliás, um tal posicionamento de Alessandro Molon podemos até mesmo dizer que seja uma herança de seu catolicismo. Sim, pois um católico jamais muda de barco (Igreja) porque não concorda com o rumo, mas espera e trabalha pacientemente até que a vontade do Deus Altíssimo seja feita, pois o mal jamais prevalecerá sobre Sua Santa Igreja,

Só que esta "fidelidade" do deputado Molon é muito mal direcionada, principalmente porque, para fazer parte das hostes do PT, ele tem, convenientemente, de deixar de lado o ensinamento claríssimo de um Papa. Lembremos novamente: "ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista".

Molon, muito pelo contrário, não só ignora o que o Magistério ensina sobre o assunto, mas vai ainda mais longe. Ainda na mesma entrevista ao jornalista Sydnei Rezende, eis o que o deputado declarou ser sua perspectiva para o 2o. mandato do presidente Lula:

"(...) espero que o PT desempenhe o papel de pólo de esquerda no próximo mandato presidencial"

Sim, é isto mesmo... Para Molon, parece que o PT deve servir como uma grande frente dos partidos de esquerda. Ou seja, não satisfeito com o "socialismo de resultados" de seu partido, coisa que, mesmo mitigada, já vai condenada pela Igreja, Molon ainda imagina que o ideal é que o PT sirva como locomotiva a siglas tais como PDT, PC do B, PSB, PSTU e muitas outras.


Socialismo x Verdade Cristã

Molon é professor de História. Difícil então que ele não saiba o que aconteceu com a Igreja na Espanha na primeira metade do século passado. Aquele é o resultado do socialismo. Em sites como www.martiresdeparacuellos.com e www.persecucionreligiosa.es podemos ter uma pequena idéia do sofrimento que foi imposto à Santa Igreja exatamente por partidários da Esquerda.

O socialismo mudou? Talvez em sua aparência, mas a semente totalitária está sempre lá, apenas esperando o momento certo de vir à tona. E quando vier, católicos como Molon, que contribuem para que esta semente esteja sempre viçosa, perceberão a tragédia de estar contrário à palavra de um Papa.

Não é sem importância que S.S. Pio XI tenha escrito que o socialismo "(...) não pode conciliar-se com a doutrina católica; pois concebe a sociedade de modo completamente avesso à verdade cristã". Pena que haja católicos que não dêem importância a estas palavras.

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pelo blog, William!
O valor da vida humana deve, sempre, ser defendido.

Sou Paulo Heráclito, presidente da ONG Juventude Pela Vida. Defendo, também, a vida humana, desde a sua concepção, até a morte natural.

Convido você a conhecer o JPV, através do site www.juventudepelavida.com.br

e a visitar www.pauloheraclito.com.br

Aguardo suas dúvidas, sugestões e perguntas.

Atenciosamente, Paulo Heráclito

Anônimo disse...

Ola William, muito bom texto. Tive a oportunidade de conhecer Molon na igreja que eu e ele participavamos de grupos de partilha. Convive muitos anos ao lado dele, conversamos muito sobre diversos assuntos. Sem duvida que Molon e uma pessoa integra, bom marido, bom filho, bom amigo, bom pai, pessoa do bem; genuinamente boa; tenho certeza. Mas este lance do aborto realmente deixa com que a imagem que ele nos passa fique nebulosa. Afinal, nos Cristaos Catolicos devemos lembrar que o pecador nao e apenas quem faz o aborto, mas todos que indicam, executam ou apoiam tal crueldade. No primeiro momento achei bom ter Molon na politica, um homem do bem. Hoje ja nao sei. Postarei como anonimo para preservar a minha imagem e de minha familia, afinal, conhecemos Molon muito alem da politica.