Uma gestante, de 26 anos, caminha de sua casa mais de 1 hora e meia para fazer o pré-natal em um hospital público. Quando sentiu-se mal e procurou um tratamento de emergência, foi visto que ela estava com pressão alta. Supreendentemente, a gestante é liberada sem que lhe fosse ministrado qualquer medicamento e é lhe dito que vá para casa, com um papel que índica -- não é um encaminhamento -- que ela necessita internação por causa de sua condição. Sem dinheiro, ela não tem como ir até o hospital que fôra indicado pela médica... Ao retornar em outra oportunidade, esta gestante, que não havia sido medicada, que não havia sido encaminhada para internação -- uma indicação não vale nada para quem precisa ser internado --, que não havia sido acolhida pelo Sistema Único de Saúde, a esta gestante que estava impossibilitada de ir a outra unidade de saúde por não ter sequer dinheiro para o transporte, a ela é dito que estava colocando seu bebê em risco.
Este é o SUS. Esta é a Saúde Pública. Isto é Brasil.
Esta gestante tem nome: Vanessa Santana da Costa. Ela, como muitas outras, sofre com a Saúde no Brasil, este mesmo Brasil no qual os governantes e ONGs variadas estão mais preocupados com a liberação do aborto que com casos como o de Vanessa. Afinal, devem pensar, o que é mais fácil: dar pré-natal, disponibilizar médicos, dar medicamentos ou liberar o aborto e ficar despreocupado em relação a tudo isto?
Fácil, não é mesmo? Não para Vanessa, pois ela faleceu devido à hipertensão que a acompanhou durante a gestação e no pós-parto. Não se sabe de ONG feminista que tenha se sensibilizado com casos como o de Vanessa. Sempre tão dispostos a falar com a mídia que lutam pelos direitos das mulheres mais humildes, não se sabe de ONG feminista que a tenha procurado para oferecer-lhe ajuda em suas dificuldades. Se ela quisesse abortar seu bebê, talvez não faltassem ONGs para a acolherem, não é mesmo? Como Vanessa decidiu ter seu filho, ela ficou sozinha, parafraseando o que ela ouviu em uma Unidade Médica, "colocando sua vida e a de seu bebê em risco".
Vanessa teve ajuda de Doris Hipolito, conhecida líder pró-vida da Baixada Fluminense, que leva seu trabalho à frente até mesmo contra o Poder Público, que já chegou ao ponto de interditar a Casa de Amparo às Gestantes da qual ela é responsável. Sim, é isto mesmo: aqui no Brasil o grande problema é lutar pela vida. Já o contrário, lutar pela morte, pelo aborto, rende benesses e verbas públicas e internacionais.
Doris fez um vídeo no qual Vanessa conta sua Via Crucis pelas Unidades de Saúde que a deviam assistir e que na maior parte das vezes só mostraram descaso com sua condição especial. O descaso sofrido por Vanessa é o descaso diário que sofrem muitas gestantes, sem que haja ONGs ou jornais de grande circulação para noticiar tal descalabro. É o prato de amargor a ser engolido diariamente por esta gente sofrida.
Curiosamente, casos como o de Vanessa, de hipertensão gestacional e Eclampsia, são, respectivamente, no 2o. e 3o. lugares da lista de causas de mortalidade materna. Sua prevenção é por todos sabida: um Pré-Natal de boa qualidade. Exatamente o que Vanessa não teve, exatamente o que lhe foi negado. E tampouco se vê no governo qualquer movimentação para reverter tal situação. E nem há ONG feminista que cobre algo do governo para reverter esta situação.
Já o aborto provocado, segundo os mesmos dados do DATASUS, ocupa a 29a. posição entre as causas de morte materna. E para esta causa que ONGs inúmeras apontam suas armas? É para esta causa que o PT e seus aliados tudo fazem para liberar o aborto dizendo enganosamente e espertamente que o aborto é um "caso de Saúde Pública"?
Não, senhores! Não mesmo. O verdadeiro caso de Saúde Pública no Brasil é a maternidade. É quando as mulheres querem ter seus filhos, como a pobre Vanessa, que menos há assistência. São estas que se encontram desamparadas, pois até mesmo aquelas ONGs que dizem que lutam por seus direitos viram-lhe as costas porque, afinal, ela não é o tipo de mulher que vai ajudar a engrossar suas causas, não é mesmo?
Eis o vídeo, feito por Doris Hipólito, e no qual Vanessa mostra o que é a vida de uma gestante. Seu filho encontra-se ainda na maternidade. Lutemos e rezemos para que menos crianças venham a este mundo como o filho de Vanessa, que chegou entre nós assistindo sua mãe partir, pois a assistência que lhe era devida foi-lhe negada sob os olhos de tantos que dizem que defendem seus direitos.
Descanse em Paz, Vanessa.
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