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sexta-feira, fevereiro 29, 2008

O Rei Salomão sabia preservar a vida...

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A questão é: saberão os nossos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)?

A vida humana começa na concepção. Isto é um fato científico do qual nem o mais cego abortista pode desviar. A despeito disto, o artigo 5o. da Lei de Biossegurança permite a destruição de embriões humanos para serem utilizados em pesquisa.

Contra esta legislação descompromissada com o respeito à vida humana, em 30/05/2005, o então Procurador Geral da República, Dr. Claudio Fontelles, ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, que já foi tema de um post anterior (clique aqui).

Aliás, nunca é demais lembrar, no Brasil a vida humana é protegida desde a concepção até o seu fim natural, como já demonstrado pelo Dr. Celso Galli Coimbra (clique aqui).

No próximo dia 5 de março, o Supremo Tribunal Federal julgará esta importante questão. Para mostrarmos que nós, brasileiros, estamos preocupados com os ataques que são desferidos contra a dignidade da vida humana, há um abaixo-assinado on-line no qual deixaremos claro aos ministros do STF que esperamos que a vida humana seja preservada contra qualquer tipo de ataque e, principalmente, que se faça cumprir o que está no texto constitucional.

Para assinar este abaixo-assinado, clique aqui. É rápido e é uma forma de contrribuir para a causa da Vida.

Que nossos juízes tenham um pouco da sabedoria do Rei Salomão.


quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Ser humano não é cobaia!

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Um ser humano jamais pode ser tratado como cobaia.

Uma apresentação, adaptada por Emanuelle Moura a partir de uma produção de Pró-Vidas italianos, e que pode ser vista abaixo, denuncia o absurdo do Art. 5o. da Lei de Biossegurança, que trata da manipulação de embriões para pesquisas.

Continue lendo:


https://contraoaborto.wordpress.com/2008/02/21/ser-humano-nao-e-cobaia/

sábado, fevereiro 16, 2008

Hitler venceu?

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Na sala de cirurgia, uma mãe com seu filho ainda no ventre aguardam a chegada do médico ou da médica. Enfermeiras e auxiliares, apressadas, cuidam dos últimos detalhes, preparando a mãe para o procedimento que será feito em instantes. 

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https://contraoaborto.wordpress.com/2008/02/16/hitler-venceu/

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

A pioneira do "Aborto Legal" fala a padres

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No dia 15/08/2007, a deputada Luiz Erundina (PSB-SP) requereu o desarquivamento do Projeto de Lei 4403/2004. Para tanto, a nobre deputada deu a seguinte justificativa:

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https://contraoaborto.wordpress.com/2008/02/15/luiz-erundina-pioneira-do-aborto-legal-fala-a-padres/

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

"Não chores tanto, menina, é apenas uma célula"

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O texto que vai abaixo é uma tradução livre de um artigo publicado no jornal espanhol ABC. Nele, o jornalista Domingo Pérez traz a história de uma jovem que abortou seu filho pressionada pelo noivo e por sua mãe.

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https://contraoaborto.wordpress.com/2008/02/14/nao-chores-tanto-menina-e-apenas-uma-celula/

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Bons frutos!

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A Campanha da Fraternidade de 2008 "Fraternidade e Defesa da Vida", embora tenha tido um começo difícil e envolta em uma grande polêmica, já deixa alguns bons frutos.

Os sabotadores infiltrados na Igreja, que tentavam sorrateiramente minar os bons propósitos de uma tão esperada campanha, devem estar rangendo os dentes com as declarações de vários bispos por todo o Brasil, que vêm demonstrando que a necessidade de defesa da vida é urgente para que não aconteça em nosso país o que aconteceu em outros.

A luta contra a mentalidade abortista, contra a Cultura da Morte, é acirrada e constante. Jamais podemos baixar nossa guarda. Lembremos do acontecido em Portugal, no qual frente a uma primeira derrota em um plebiscito apenas levou aos abortistas intensificarem seus esforços até conseguirem seus nefastos objetivos. Reverter tal situação não é impossível, mas, com certeza, mais difícil.

Aqui no Brasil temos a oportunidade de nos tornarmos um exemplo para a comunidade internacional. Frente a todas as pressões de tantos grupos que procuram se beneficiar com a liberação do aborto, temos o dever de afirmar nossas posições em defesa da vida. Temos de utilizar, primordialmente, de nossas leis, que amplamente favorecem a vida, sendo até, como já exaustivamente demonstrado, inconstitucional sequer haver qualquer projeto que tente flexibilizar o valor da vida humana.

É neste ambiente que é muito bem-vinda a CF 2008. As palavras de tantos bispos pelo Brasil afora reafirmando o valor e a sacralidade da vida humana, clamando que o direito à vida é o primeiro e fundamental de todos os direitos, são importantíssimas para despertar, principalmente nos católicos, a urgência para que cerremos nossas fileiras contra os ataques que diariamente vêm sendo desferidos pelos governantes e por grupos abortistas, que nos querem enfiar goela abaixo os ditames de uma ideologia materialista e os parâmetros gerados por pressões internacionais.

Embora nas últimas semanas tenhamos passado por momentos tensos, com sabotagens e com pessoas envolvidas em pastorais mostrando-se avessas aos ensinamentos da Igreja, penso que é importante mostrarmos também o que há de positivo, o que há de belo na Igreja. A melhor resposta aos de mente pequena e aos que querem fazer da Igreja trampolim para suas agendas pessoais ou as de seus grupelhos é mostrar-lhes a força que harmonicamente vem do alto, que vem da tradição católica de enfrentar as adversidades, mesmo quando as forças contrárias encontram-se dentro dos muros.

D. Sérgio Aparecido Colombo, Bispo de Paranavaí (PR), foi um destes pastores que, zelosos pelo seu rebanho ameaçado, profeticamente clamou:

"No Brasil, a Campanha da Fraternidade, a cada ano, nos dá elementos para uma vivência mais encarnada da Quaresma. Esse ano, com o tema: Fraternidade e defesa da vida, e o lema: “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19), ela se constitui num grande clamor e preocupação com a vida humana: ferida, banalizada e ameaçada pelo aborto, eutanásia e outras formas de manipulação que contrariam a vontade de Deus, seu criador." (original aqui)

Já D. Orani João Tempesta, Arcebispo de Belém (PA), aborda um outro ângulo da questão, igualmente importante:

"(...)
vivemos em tempos estranhos, quando defender a vida dos animais e dos vegetais é de concordância geral, mas não o é a do ser humano. A CF está justamente dizendo, assim como a citação bíblica, que também nós entramos numa terra onde nem sempre os mandamentos do Senhor são observados, por isso o Senhor nos pede de escolher vida, sempre!" (original aqui)

Ao mostrar a desvalorização da vida humana por parte de tantos que se mostram tão preocupados com a natureza, em um gritante paradoxo, o arcebispo indiretamente faz-nos recordar da polêmica que foi tema da primeira mensagem neste blog, no qual o Dr. Cícero Harada mostrou o absurdo que há no Brasil, em que muitos procuram liberar o aborto enquanto a destruição de ovos de tartaruga é crime inafiançável.

Já D. Washington Cruz, Arcebispo de Goiânia, vai bem fundo na denúncia da Cultura da Morte, alvo principal da Campanha da Fraternidade deste ano:


"(...)
Durante o século XX, as ideologias do nazismo e do comunismo cometeram crimes horrorosos, em nome de um programa ‘cientificamente’ organizado, em prol do super-homem, da superraça e da perfeita sociedade. Eliminaram velhos e crianças, nascidas e por nascer, gente sem voz, fracos, inocentes e sem defesa, bem como pessoas de outras raças e convicções. Aniquilaram, em nome de uma cartilha pseudo-científica, da raça ou da sociedade paradisíaca a promover, os que, então, não pensavam como eles." (original aqui)

E prossegue:

"A mentalidade abortista, a esterilização, a escravidão, o comércio de pessoas e órgãos, o mau tratamento das crianças, das mulheres, dos fracos e indefesos, a eutanásia e outras formas de manipulação da pessoa humana, são ainda seqüelas dessas estranhas ideologias a que o século XX nos habituou."

E finaliza ainda o Arcebispo:

"Como argumentava Madre Teresa de Calcutá, a santa que gastou a sua vida ao serviço dos mais pobres, “se uma mãe pode matar um filho seu, o que nos impede, a mim e a ti, de nos matarmos um ao outro”? A Igreja ousa mesmo dizer, com S. Tomás: “toda a lei constituída pelos homens tem força de lei só na medida em que deriva da lei natural. Se, ao contrário, nalguma coisa está em contraste com a lei natural, então não é lei, mas sim corrupção da lei”."

Que excelente ensinamento! Mostrando a clareza prática de uma grande santa de nossos dias ao lado do pensamento cristalino do Doutor Angélico, deixa-nos ver a permanência do ensinamento da Igreja, sua coerência através dos séculos. É esta coerência que esmaga as mesquinharias e sabotagens daqueles que, como cobras, movem-se nas sombras buscando confundir os fiéis e a população em geral.

E a palavra de Santo Tomás de Aquino é claríssima: trata-se de uma corrupção da lei um ordenamento que vai contrário à lei natural. Logicamente, é nosso dever lutar contra e não nos calarmos frente a este mal mascarado de bem.

Uma das formas mais eficientes de combater o mal é mostrá-lo sob a luz do dia, trazer à vista de todos suas mazelas, suas contradições, suas confusões. Uma outra forma, igualmente eficiente, é contribuir para que o bem seja conhecido e, desta forma, a verdade purificadora possa fazer seu trabalho nos corações dos homens.

Que estes bons frutos da CF 2008 multipliquem-se por todas as nossas dioceses e que mais vozes proféticas sejam ouvidas!

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Dia de Santa Josefina Bakhita!

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"Se tivesse hoje a oportunidade de encontrar os mercadores de escravos que me capturaram e até mesmo aqueles que me torturaram, eu ajoelharia e beijaria suas mãos, pois se isto não tivesse acontecido, eu, hoje, não seria cristã e religiosa."

A frase acima é de Santa Josefina Bakhita. Sobre esta santa admirável, como são todos os santos, S.S. Bento XVI dedicou um trecho de sua mais recente Encíclica, Spes Salvi, a nos ensinar sobre sua vida e a "esperança".

"Refiro-me a Josefina Bakhita, uma africana canonizada pelo Papa João Paulo II. Nascera por volta de 1869 – ela mesma não sabia a data precisa – no Darfur, Sudão. Aos nove anos de idade foi raptada pelos traficantes de escravos, espancada barbaramente e vendida cinco vezes nos mercados do Sudão. Por último, acabou escrava ao serviço da mãe e da esposa de um general, onde era diariamente seviciada até ao sangue; resultado disso mesmo foram as 144 cicatrizes que lhe ficaram para toda a vida. Finalmente, em 1882, foi comprada por um comerciante italiano para o cônsul Callisto Legnani que, ante a avançada dos mahdistas, voltou para a Itália. Aqui, depois de « patrões » tão terríveis que a tiveram como sua propriedade até agora, Bakhita acabou por conhecer um « patrão » totalmente diferente – no dialecto veneziano que agora tinha aprendido, chamava « paron » ao Deus vivo, ao Deus de Jesus Cristo. Até então só tinha conhecido patrões que a desprezavam e maltratavam ou, na melhor das hipóteses, a consideravam uma escrava útil. Mas agora ouvia dizer que existe um « paron » acima de todos os patrões, o Senhor de todos os senhores, e que este Senhor é bom, a bondade em pessoa. Soube que este Senhor também a conhecia, tinha-a criado; mais ainda, amava-a. Também ela era amada, e precisamente pelo « Paron » supremo, diante do qual todos os outros patrões não passam de miseráveis servos. Ela era conhecida, amada e esperada; mais ainda, este Patrão tinha enfrentado pessoalmente o destino de ser flagelado e agora estava à espera dela « à direita de Deus Pai ». Agora ela tinha « esperança »; já não aquela pequena esperança de achar patrões menos cruéis, mas a grande esperança: eu sou definitivamente amada e aconteça o que acontecer, eu sou esperada por este Amor. Assim a minha vida é boa. Mediante o conhecimento desta esperança, ela estava « redimida », já não se sentia escrava, mas uma livre filha de Deus. Entendia aquilo que Paulo queria dizer quando lembrava aos Efésios que, antes, estavam sem esperança e sem Deus no mundo: sem esperança porque sem Deus. Por isso, quando quiseram levá-la de novo para o Sudão, Bakhita negou-se; não estava disposta a deixar-se separar novamente do seu « Paron ». A 9 de Janeiro de 1890, foi baptizada e crismada e recebeu a Sagrada Comunhão das mãos do Patriarca de Veneza. A 8 de Dezembro de 1896, em Verona, pronunciou os votos na Congregação das Irmãs Canossianas e desde então, a par dos serviços na sacristia e na portaria do convento, em várias viagens pela Itália procurou sobretudo incitar à missão: a libertação recebida através do encontro com o Deus de Jesus Cristo, sentia que devia estendê-la, tinha de ser dada também a outros, ao maior número possível de pessoas. A esperança, que nascera para ela e a « redimira », não podia guardá-la para si; esta esperança devia chegar a muitos, chegar a todos."


Apenas uma amostra do sofrimento que Santa Josefina Bakhita passou nas mãos de seus senhores, segundo seu próprio relato:

"Uma mulher habilidosa nesta arte cruel (tatuagem) veio à casa principal... nossa patroa colocou-se atrás de nós, com o chicote nas mãos. A mulher trazia uma vasilha com farinha branca, uma vasilha com sal e uma navalha. Quando terminou de desenhar com a farinha, a mulher pegou da navalha e começou a fazer cortes seguindo o padrão desenhado. O sal foi aplicado em cada ferida... Meu rosto foi poupado, mas 6 desenhos foram feitos em meus seios, e mais 60 em minha barriga e braços. Pensei que fosse morrer, principalmente quando o sal era aplicado nas feridas... foi por milagre de Deus que não morri. Ele havia me destinado para coisas melhores."

Esta mulher, que tudo isto passou, viveu para ver dias melhores, para ter um encontro com seu "Mestre". Acrisolada na escola do sofrimento, Santa Bakhita é um exemplo da esperança cristã, da esperança transformadora, da esperança que contra tudo espera e aguarda nosso "destino para coisas melhores". É a verdadeira esperança de quem se sabe amado e jamais esquecido, de quem sabe que há um Pai Altíssimo que cuida de todos nós.


Incorruptível

Santa Josefina Bakhita está entre os santos cujo corpo não sofreram corrupção após a morte.


Oração à Santa Josefina Bakhita:

Oh Santa Josefina Bakhita, que, desde menina, foste enriquecida por Deus com tantos dons e a Ele correspondeste com todo o amor, olha por nós.

Intercede junto ao Senhor para que cresçamos no Seu amor e no amor a todas as criaturas humanas, sem distinção de idade, de raça, de cor, de situação social.

Que pratiquemos sempre, como tu, as virtudes da fé, da esperança, da caridade, da humildade, da castidade e da obediência.

Pede agora ao Pai do Céu, oh Bakhita, as graças que mais preciso, especialmente (indicar o pedido...).

Amém.

Pai Nosso, Ave Maria, Glória

Salve Santa Josefina Bakhita!

O manifesto pífio das "Católicas pelo Direito de Decidir"

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Nem bem foi lançada a Campanha da Fraternidade 2008 -- "Escolhe, pois, a vida" --, as Católicas pelo Direito de Decidir lançam também seu manifesto.

O manifesto é risível de tanto clichê junto. As velhas senhoras mais uma vez contribuem para o anedotário religioso nacional. Mas o que poderíamos esperar de mentes fúteis, não é mesmo?

O que esperar de quem tenta marotamente colocar a culpa de milhões de mortes devido à Aids nas costas da Igreja? Tal raciocínio não é errôneo, é pura má-fé, puro descompromisso com a verdade. Coisa de gente pequena que faz da desonestidade intelectual um meio de vida. Literalmente.

A Igreja prega hoje o que sempre pregou: a castidade segundo o estado de vida de cada um. Aos solteiros, a castidade de seu estado os afasta do perigo de uma doença ainda sem cura. Aos casados, a fidelidade aos respectivos cônjuges igualmente os afasta de tal perigo.

Curiosamente, os mesmos que criticam a Igreja por não mudar sua posição são os que não divulgam o índice de ineficácia dos preservativos. Gerações de jovens estão sendo educadas sob a falácia do "sexo seguro", sem que estejam conscientes do quanto suas vidas estão em risco. Isto sim é uma brutal indiferença ao próximo: sob uma máscara de compaixão vai um frio comportamento que esconde interesses obscuros e mente até o limite para que sua agenda seja implementada.

O que podemos esperar de quem tenta florear uma abominação como a eutanásia? Ato que, sob uma casca de compaixão, esconde uma das formas mais baixas de descaso com a vida, que não encontra respaldo em qualquer das grandes religiões, que, muito ao contrário do pensamento das velhas senhoras, transformam o sofrimento em ocasião de um maior crescimento espiritual.

O que podemos esperar de quem não titubeia em requerer o sacrifício de embriões humanos no altar do deus Ciência na busca de uma cura que sequer se sabe ser possível? Que esperar de tais pessoas, que instrumentalizam as dores de inúmeros doentes e deficientes prometendo-lhes cura ao custo da eliminação de seres humanos no início de suas vidas?

O que esperar de pessoas que, apesar de se dizerem católicas, advogam a inserção de elementos totalmente estranhos à mensagem cristã autêntica. Querem elementos indígenas e afro-latinos (?!) nas celebrações? Quais elementos exatamente? A superficialidade de um tal pedido só deixa ver a disposição desonesta de quem o faz.

A superioridade do cristianismo sobre as outras crenças é afirmada por Nosso Senhor Jesus Cristo mesmo: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14:6). Se Jesus, Filho do Deus Altíssimo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, fato que todo e qualquer cristão deve bem conhecer, afirma-se com "o caminho" e não "um caminho", é evidente que o cristianismo, único caminho no qual Jesus é proclamado em sua plena realidade de Filho de Deus, é superior a quaisquer outras crenças.

Causa surpresa que um grupo de mulheres que se dizem católicas não consiga atingir um raciocínio tão básico que é até mesmo compreendido por uma criança iniciante no catecismo.

Que esperar de pessoas para quem a prática homossexual deveria ser tida como virtuosa quando na Bíblia, Palavra de Deus, tais atos são explicitamente classificados como uma "abominação" (Lev 20:13). São Paulo foi igualmente firme quanto ao assunto, chamando tais atos de "torpezas" (Rm 1:27) e também ao dizer que os praticantes não herdarão o Reino de Deus (1Cor 6:9).

O que afinal querem? Que a Igreja mude a Palavra de Deus para o que lhes seja mais agradável? Ou desejam que a Igreja vá frontalmente contra o que vai escrito na Bíblia Sagrada? Fica claro com quem está a razão.

Que esperar de pessoas que se dizem católicas, mas convenientemente esquecem as palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre a indissolubilidade do matrimônio? "Não separe o homem o que Deus uniu" (Mt 19:6). Como levar a sério alguém que se diz católico e procura deliberadamente ignorar um claro mandamento do Filho de Deus?

Como levar a sério quem mistura assuntos tão díspares quanto defesa da vida e sacerdócio feminino? Fica claro a qualquer pessoa a ridícula disposição de apenas causar confusão a quem as lê. E onde estão os argumentos para um suposto "direito" das mulheres ao sacerdócio? Curiosamente as velhas senhoras esquecem de mostrar a situação da mulher antes e depois do advento do cristianismo, coisa que bem demonstraria a colossal besteira que procuram ridiculamente demonstrar.

O que podemos esperar de um grupo de mulheres que arrogantemente se dizem cientistas e que viram os olhos para a VERDADE CIENTÍFICA de que uma vida humana inicia-se na concepção? E se já existe uma vida humana, esta deverá ser preservada e não há suposto "direito sobre o próprio corpo" que possa justificar a eliminação de um outro ser humano.

A Igreja afirma, e sempre o afirmou, a dignidade da vida, independentemente de como esta vida tenha sido gerada, seja através de um ato de amor ou de um ato de violência.

É até mesmo cômico ver um grupo vir a público clamar um suposto direito das mulheres ao sacerdócio baseando-se num conceito distorcido de igualdade, mas curiosamente deixar de lado qualquer noção de igualdade quando se trata de eliminar um ser humano concebido.

Enfim, as Católicas pelo Direito de Decidir mais uma vez expõem-se ao público como realmente são: fúteis, superficiais, midiáticas, enganadoras.

A tentativa clara de criar rupturas na Igreja é até infantil na execução. Politicamente correto e oportunista do início ao fim, o discurso das Católicas pelo Direito de Decidir desce ao fundo do poço do ridículo ao tentar associar assuntos tão diferentes como racismo, sacerdócio feminino, Liturgia e disciplina sacramental com a defesa da vida.

Ao final fica claro que tudo é apenas o discurso cambaleante de quem procura confundir.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Papa fala mais uma vez...

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Conforme publicado em Zenit, segue a carta de S.S. Bento XVI por ocasião da Campanha da Fraternidade de 2008.

Será que ficou claro o suficiente agora?


***

Ao venerável irmão no episcopado,

Dom Geraldo Lyrio Rocha

Presidente da CNBB

Arcebispo de Mariana (MG)

Ao iniciar o itinerário espiritual da Quaresma, a caminho da Páscoa da ressurreição do Senhor, desejo uma vez mais aderir à Campanha da Fraternidade que, neste ano de 2008, está subordinada ao tema “Fraternidade e defesa da vida” e ao lema “Escolhe, pois, a vida”. É um tempo de conversão de todos os cristãos, no sentido de buscar uma fidelidade ainda maior ao Deus criador e doador da vida.

Meu venerável predecessor, o Papa João Paulo II, na Encíclica Evangelium Vitae, pôs em evidência a mentalidade individualista e hedonista que, com uma concepção distorcida da ciência, foi causa de novas violações da vida, em particular do aborto e da eutanásia. Certamente, todas as ameaças à vida devem ser combatidas; o Concílio Vaticano II, ao condenar tudo quanto se opõe à vida ou viola a integridade da pessoa humana e a sua dignidade, recordava que tudo isso “desonra mais aqueles que assim procedem do que os que padecem injustamente” tais atitudes, pois ofendem gravemente a honra devida ao Criador (cf. Cons. Gaudium et spes, 27).

Por isso, no Discurso Inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano, quis recordar que os caminhos que traçam uma cultura sem Deus e sem os seus mandamentos, ou inclusive contra Deus, terminam sendo “uma cultura contra o ser humano e contra o bem dos povos latino-americanos” (n. 4).

O Documento final de Aparecida nos mostra que o encontro com Cristo é o ponto de partida para a negação desses caminhos de morte e a escolha da vida; mas é também o ponto de onde partimos para reconhecer plenamente a sacralidade da vida e a dignidade da pessoa humana (n. 356). Ao dar início à Campanha da Fraternidade deste ano, renovo a esperança de que as diversas instâncias da sociedade civil queiram solidarizar-se com a vontade popular que, na sua maioria, rejeita todas as formas contrárias às exigências éticas de justiça e de respeito pela vida humana desde seu início até o seu fim natural.

Com estes auspícios, invoco a proteção do Senhor, para que sua mão benfazeja se estenda por todo o Brasil, e que a vida nova em Cristo atinja o ser humano por inteiro em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural, derramando seus dons de paz e prosperidade e desperte em cada coração sentimentos de fraternidade e de viva cooperação. Com uma especial Bênção Apostólica.

Benedictus PP. XVI

Vaticano, 8 de dezembro de 2007


quarta-feira, fevereiro 06, 2008

LOURDES - 150 ANOS - JUBILEU

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No próximo dia 11 de fevereiro, completar-se-ão 150 anos da 1a. aparição de Nossa Senhora à Santa Bernadette Soubirous, na Gruta de Massabielle em Lourdes.

Para marcar esta data importante para toda a Igreja, segundo consta na página da PÆNITENTIARIA APOSTOLICA, os fiéis poderão obter Indulgência Plenária diária, e que também poderá ser revertida em sufrágio das almas dos fiéis que estão no Purgatório:

"A) Se, durante período de 8 de dezembro de 2007 até 8 de dezembro de 2008, visitem os seguintes lugares, preferivelmente nesta ordem: 1) a fonte batismal da paróquia utilizada no batismo de Santa Bernadette Soubirous; 2) a casa da família Soubirous, chamada "Cachot"; 3) a Gruta de Massabielle; 4) a capela do hospício onde Bernadette recebeu sua Primeira Comunhão. E também recolherem-se em meditação por um apropriado período de tempo em cada um destes locais, concluindo com um Pai-Nosso, alguma legítima forma de Profissão de Fé (Credo) e a Oração do Jubileu(*) ou alguma invocação mariana.

B) Se, a partir da Festa da Apresentação de Nosso Senhor, em 2 de fevereiro de 2008, até o dia da Memória Litúrgica da Bem-aventurada Virgem Maria de Lourdes, em 11 de fevereiro de 2008, que marca o 150o. aniversário da aparição, aqueles que devotamente visitarem uma imagem sagrada de Nossa Senhora de Lourdes em qualquer igreja, capela, gruta ou outro local apropriado no qual esteja solenemente exposta à veneração, e, diante desta imagem, efetuar algum piedoso ato de devoção mariana, ou ao menos recolherem-se em meditação por um apropriado período de tempo, concluindo com um Pai-Nosso, alguma forma legítima de Profissão de Fé (Credo), seguida da Oração do Jubileu(*) ou alguma outra invocação mariana.

C) Os idosos, doentes, e todos os que estejam impossibilitados de deixar seus lares por uma causa justa, se conscientemente rejeitem todo pecado e tenham sincera intenção de cumprir as condições acima assim que possível, da mesmo modo estão aptos a obter -- em casa ou em qualquer outro local em que estejam -- uma Indulgência Plenária, se, entre os dias 2 e 11 de fevereiro de 2008, completem uma "visita espiritual" (aos locais acima mencionados) com sinceridade de coração, recitem as preces indicadas acima, e confiantemente ofereçam as dores e dificuldades de suas vidas a Deus através de Maria."

Aproveitemos a liberalidade da Santa Igreja e corramos alegres para obter a Indulgência Plenária! Até mesmo os que não podem partir em peregrinação até Lourdes podem obtê-la. Mesmo os doentes e idosos que não podem deixar suas casas ou que estejam sofrendo em algum leito de um hospital podem juntar-se a este momento de profunda alegria e agradecimento ao Nosso Pai Altíssimo por nos ter dado uma mãe tão amorosa, que tanto intercede por nós junto a Ele. Ainda há tempo!

***

(*) Oração do Jubileu (tradução livre do original em Inglês e Espanhol)

Deus, nosso Pai,
Entre todas as criaturas Vós fizestes Maria
a criatura perfeita, a "Imaculada Conceição".
Aqui em Lourdes ela proclamou este nome e Bernadette o repetiu.

A Imaculada Conceição é um grito de esperança:

o mal, o pecado e a morte já não são os vencedores.

Maria, sinal precursor, aurora da salvação.

Maria,
inocência e refúgio dos pecadores,

rogamos-te.


Ave Maria, ...


Senhor Jesus,

Tu nos deste Maria como Mãe.

Ela compartilhou Tua Paixão e Ressurreição.

Em Lourdes, mostrou-se a Bernadette,

entristecida por nossos pecados, mas radiante de Tua luz.

Através dela, confiamos a Ti nossas alegrias e tristezas,

e também as dos doentes e as de todos os homens.


Maria,

Nossa irmã e nossa mãe,

nossa confidente e nossa auxiliadora,

rogamos-te.


Ave Maria, ...


Espírito Santo, Vós sois o Espírito do amor e da unidade.

Aqui em Lourdes, através de Bernadette, Maria pediu

a construção de uma capela e que a ela se venha em procissão.

Inspira a Igreja, construída por Cristo sobre a fé de Pedro.

Preserve sua unidade.

Guia a peregrinação da Igreja,

para que seja fiel e decidida.


Maria, cheia do Espírito Santo,

esposa e serva.

És modelo para os cristãos,

e a face materna da Igreja,

rogamos-te.


Ave Maria, ...


Por tantas graças aqui recebidas,

por todas as conversões,

por todo o perdão,

por todas as curas,

por todas as vocações e promessas

que tenhas testemunhado e confirmado,

pelo amor do serviço ao próximo que nos fizestes apreciar,

Nossa Senhora de Lourdes,

nós te agradecemos!


Com todos os seres humanos, nossos irmãos,

com todos os povos carentes de paz e justiça,

com os jóvens que buscam seu caminho,

com os que sofrem pelo luto ou pela enfermidade,

pela deficiência ou pelo fracasso,

com os que teriam motivos para o desespero,

a Vós, que te mostraste tão jovem à jovem Bernadette,

Nossa Senhora de Lourdes,

rogamos-te.


Porque és o sorriso de Deus,

o reflexo da luz de Cristo,

a morada do Espírito Santo;

porque escolheste Bernadette em sua miséria,

porque és a estrela da manhã, a porta do céu,

e a primeira criatura ressuscitada,

nós te louvamos,

nós te aclamamos

e cantamos contigo as maravilhas de Deus:


Magnificat

Magnificat anima mea Dominum,
et exsultavit spiritus meus in Deo salutari meo.

Quia respexit humilitatem ancillae suae.
Ecce enim ex hoc beatam me dicent omnes generationes.

Quia fecit mihi magna, qui potens est,
et sanctum nomen eius.

Et misericordia eius a progenie in progenies
timentibus eum.

Fecit potentiam in brachio suo,
dispersit superbos mente cordis sui.

Deposuit potentes de sede
et exaltavit humiles.

Esurientes implevit bonis
et divites dimisit inanes.

Suscepit Israel puerum suum,
recordatus misericordiae suae.

Sicut locutus est ad patres nostros,
Abraham et semini eius in saecula.

Gloria Patri et Filio
et Spiritui Sancto,

sicut erat in principio et nunc et semper
et in saecula saeculorum. Amen.

[Magnificat

A minha alma glorifica o Senhor

E o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.


Porque pôs os olhos na humildade da sua Serva:

De hoje em diante me chamarão bem aventurada todas as gerações.

O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:

Santo é o seu nome.


A sua misericórdia se estende de geração em geração

Sobre aqueles que o temem.

Manifestou o poder do seu braço

E dispersou os soberbos.


Derrubou os poderosos de seus tronos

E exaltou os humildes.

Aos famintos encheu de bens

E aos ricos despediu de mãos vazias.


Acolheu a Israel, seu servo,

Lembrado da sua misericórdia,

Como tinha prometido a nossos pais,

A Abraão e à sua descendência para sempre


Glória ao Pai e ao Filho

E ao Espírito Santo,

Como era no princípio,

Agora e sempre. Amen.]

=====
Esta oração é composta de 6 estrofes. As 3 primeiras e as 3 últimas podem ser rezadas em momentos diferentes.
Uma Ave-Maria pode ser rezada após cada estrofe.

terça-feira, fevereiro 05, 2008

Quo vadis?

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Em 20 de novembro de 1997, praticamente há 10 anos, a CNBB enviou aos deputados federais uma carta cujo conteúdo é o seguinte (original aqui):

=============================================

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

Roma, 20 de Novembro de 1997

Excelentíssimo Sr. Deputado Federal,

Daqui, de Roma, participando do Sínodo dos Bispos para a América, fazemos um insistente apelo a V. Ex.cia, para que vote a favor do requerimento do Deputado Salvador Zimbaldi que pede a apreciação, pelo Plenário da Câmara Federal, do PL 20/91, da autoria dos Deputado Eduardo Jorge e Sandra Starling, que obriga o sistema público de saúde a fazer o aborto nos casos de estupro e de gravidez com riso de vida para a gestante. Obviamente, apelamos que, depois, no Plenário vote contra o PL 20/91. A Igreja no Brasil tem se manifestado solidária à mulher tão sofrida nestas duas dolorosas situações, de que trata o citado projeto de lei. Contudo, jamais poderá concordar com o aborto direto e provocado, o qual é um delito grave contra a vida humana, pois representa a morte de um ser humano inocente e indefeso.

A população católica brasileira, que constitui a imensa maioria de nosso povo, está profundamente agradecida pela recente visita do Papa ao Brasil, ocasião em que o Santo Padre apoiou a família e renovou a condenação do aborto. Assim, igualmente nós, Bispos, reafirmamos com vigor nossa posição em favor da vida humana, desde sua concepção até seu desfecho natural. Para que o povo católico possa, em consciência, continuar votando em V. Ex.cia., ele espera seu voto contra o PL 20/91 e outros projetos de lei que atentam contra a família e a vida humana. Mas, em primeiro lugar, é Deus quem espera isso de V. Excelência.

Atenciosamente,

Cardeal D. Lucas Moreira Neves - Presidente da CNBB

Cardeal D. Eugênio de Araújo Sales - Arcebispo do Rio de Janeiro

Cardeal D. Paulo Evaristo Arns - Arcebispo de São Paulo

Cardeal D. Aloísio Lorscheider - Arcebispo de Aparecida

Cardeal . José Freire Falcão - Arcebispo de Brasília

D. Serafim Fernandes de Araújo - Arcebispo de Belo Horizonte

D. Pedro Marchetti Fedalto - Arcebispo de Curitiba

D. Luciano Mendes da Almeida - Arcebispo de Mariana

D. Marcelo Pinto Cavalheira - Arcebispo de Paraíba

D. Cláudio Hummes - Arcebispo de Fortaleza

D. Vitório Pavanello - Arcebispo de Campo Grande

D. Jayme Henrique Chemello - Vice-Presidente da CNBB

D. Raymundo Damasceno Assis - Secretário Geral da CNBB

D. Vital Wilderink - Bispo de Itaguaí

D. Fernando Antônio Figueiredo - Bispo de Santo Amaro

D. D. Geraldo Lyrio Rocha - Bispo de Colatina

D. Luiz Demétrio Valentini - Bispo de Jales

D. Erwin Krautler - Bispo de Xingú

D. Irineu Danelon - Bispo de Lins

D. Angélico Sândalo Bernardino - Bispo Auxiliar de São Paulo

D. Antônio Celso de Queiroz - Bispo Auxiliar de São Paulo

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O texto é claríssimo. A posição da Igreja é ali explicitada de forma perfeita. Não há espaço para dúvidas quanto ao que a Igreja ensina sobre o mal do aborto. Não há excessões, a vida humana é respeitada em qualquer situação.

Este ensinamento é o ensinamento de sempre da Igreja. No século I, na Didaqué, que é reconhecido como o primeiro Catecismo dos cristãos, estava escrito:

"Não matarás criança por aborto e nem criança já nascida."

Novamente, texto claríssimo.

Entre o texto da Didaqué, datado entre 90-100, e a carta enviada pela CNBB em 1997, passaram-se aproximadamente 1900 anos. A mensagem permaneceu a mesma.

Contrastando com esta mensagem perene da Igreja, surpreende-nos o que disse o Bispo de Jales-SP, D. Demétrio Valentini, em entrevista ao jornal "O Estado de São Paulo" sobre uma sua subordinada, que defende a descriminalização do aborto:

“Posições radicais e fechadas em torno de temas como o aborto correm o risco de comprometer a Campanha da Fraternidade, a ser lançada na próxima quarta-feira”

Ao lermos a fala do bispo somos levados a pensar que a imoralidade do aborto é uma questão aberta. Não é, como pode bem ser visto ao lermos tanto um texto cristão do primeiro século quanto uma carta da CNBB a políticos brasileiros no final do século XX. 1900 anos se passaram e a mensagem continua a mesma.

Ou seja, quanto ao aborto, o bispo está certíssimo em sua avaliação: a posição é realmente "radical e fechada". Radical na opção pela vida e fechada a um "humanismo" torto como o da sra. Bernadete Aparecida Ferreira, que busca relativizar a mensagem perene da Igreja.

Mas o que mais causa surpresa é o fato de D. Demétrio Valentini dar uma entrevista em 2008 reclamando de uma posição "radical e fechada" em relação ao aborto, sendo que ele, em 1997, foi um dos que assinaram a carta da CNBB enviada a deputados federais, na qual a radicalidade da opção pela vida estava clara.

Quo vadis, D. Demétrio?

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

"Tu es Petrus": a palavra do Papa sobre o aborto

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Vivemos tempos em que o bispo presidente da comissão da CNBB à qual está subordinada a coordenadora prefere esperar que o mandato desta termine antes de afastá-la do cargo por total incompatibilidade com os princípios da Igreja.

Vivemos tempos em que um bispo pensa que o aborto é uma questão aberta na Igreja e que fechá-la trará o supremo malefício de comprometer a Campanha da Fraternidade de 2008.

Este é o ambiente em que a Igreja entrará no Tempo Quaresmal. Este é o ambiente no qual será lançada a Campanha da Fraternidade de 2008, que tem como tema "Fraternidade e Defesa da Vida".

Pelo jeito, parece que há, para dizer o mínimo, um profundo desconhecimento do que a Igreja prega sobre o assunto.

Dias atrás publicou-se aqui um post trazendo a palavra do Magistério no Concílio Vaticano II sobre o aborto. Neste concílio, o aborto foi chamado "crime abominável". Sem excessões. Sem subterfúgios.

Será que esta palavra claríssima não basta? Será que haverá gente que pense que um "crime abominável" possa se tornar um ato aceitável?

Na Igreja Católica, instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo, temos uma cabeça visível, o Papa. A palavra do Papa tem de ser escutada com respeito filial por todos que se considerem católicos. O Papa é o Sucessor de São Pedro, o primeiro Papa. Quando o Papa fala, é como se São Pedro falasse, pois o Papa assumiu o mesmo local hierárquico privilegiado que tinha São Pedro sobre os outros apóstolos.

Sua Santidade Bento XVI já teve oportunidade de abordar por vezes a questão da dignidade da vida. Uma das oportunidades em que ele foi mais claro em relação a este assunto foi em 30 de março de 2006, em um discurso aos participantes de um congresso promovido pelo Partido Popular Europeu. Neste discurso podemos ler o seguinte trecho:

"No que se refere à Igreja Católica, o interesse principal das suas intervenções no campo público é a tutela e a promoção da dignidade da pessoa e, por conseguinte, ela chama conscientemente a uma particular atenção aos princípios que não são negociáveis. Entre eles, hoje emergem os seguintes:

  • tutela da vida em todas as suas fases, desde o primeiro momento da concepção até à morte natural;
  • reconhecimento e promoção da estrutura natural da família, como união entre um homem e uma mulher baseada no matrimónio, e a sua defesa das tentativas de a tornar juridicamente equivalente a formas de uniões que, na realidade, a danificam e contribuem para a sua desestabilização, obscurecendo o seu carácter particular e o seu papel social insubstituível;
  • tutela do direito dos pais de educar os próprios filhos."


Eis a palavra de Pedro. Entre os pontos NÃO NEGOCIÁVEIS está o cuidado com toda vida desde sua concepção até a morte natural. Como no texto do Concílio Vaticano II, não há excessões e nem subterfúgios. Não há questão aberta.

Esta é a palavra do Papa. Pode um católico deliberadamente não escutá-la?

domingo, fevereiro 03, 2008

Respondendo apenas o necessário...

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Neste novo escândalo na Igreja no Brasil envolvendo a questão do aborto, o Bispo de Jales-SP, D. Demétrio Valentini, saiu em defesa da sra. Bernadete Aparecida Ferreira, coordenadora da Pastoral para Mulheres Marginalizadas e que deu depoimento declarando-se favorável à descriminalização do aborto.

O Bispo é o responsável direto pelo trabalho da sra. Bernadete, segundo consta na página da CNBB.


Na reportagem do jornal "O Estado de São Paulo", D. Demétrio deu as seguintes declarações:
  • “Posições radicais e fechadas em torno de temas como o aborto correm o risco de comprometer a Campanha da Fraternidade, a ser lançada na próxima quarta-feira”
  • “é válido o depoimento de Bernadete, pois é um grito que vem não do teórico mas de quem conhece e vive com as mulheres marginalizadas”
  • “O homem comete aborto toda vez que se desinteressa pela vida do filho que pôs na barriga da mulher.”

Tenho também 3 coisas a dizer, respeitosamente, sobre as declarações do bispo:

  1. Abrir a questão do aborto é coisa que a Igreja jamais fez, pois fazê-lo seria o mesmo que relativizar um mandamento direto de Deus: "Não matarás";
  2. O depoimento da sra. Bernadete Aparecida Ferreira, independente de sua experiência com mulheres marginalizadas, é frontalmente contrário ao ensinamento da Igreja. A experiência que ela tem na questão é irrelevante. Relevante é que seres humanos serão eliminados;
  3. Se um homem contribui para o aborto de seu filho, se ele é cúmplice neste "crime abominável" -- conforme palavras do Concílio Vaticano II, na Gaudium et Spes --, também deveria pagar pelo crime. Muito pior é que se tente relativizar a má atitude da mãe por causa da péssima atitude do pai. Infinitamente pior é que a criança gerada pague com a vida pela irresponsabilidade de seus pais.
Apenas isto a dizer.

Vamos perguntar ao bispo?

3 comentários ###
O escandaloso caso de uma coordenadora de pastoral vinculada à CNBB que divulgou depoimento favorável à descriminalização do aborto fala por si. Sequer imaginar que uma pessoa com relevante cargo pastoral na Igreja seja favorável à descriminalização do aborto é por demais absurdo.

A questão do aborto é divisora de águas. É uma questão "preto e branco", como os norte-americanos gostam de falar. Não existe pessoa mais ou menos contra o aborto e nem mais ou menos favorável. Sim, sim; não, não. Ou contra ou a favor. Ponto.

Alguém pode pensar que talvez a sra. Bernadete tenha escondido durante todo este tempo que seja favorável à descriminalização do aborto e que só agora isto veio à tona.

Infelizmente, isto não é bem assim...

Eis um rápido vislumbre sobre o pensamento da sra. Bernadete Aparecida Ferreira sobre a questão em 2003, conforme consta na página do Programa Nacional de DST e AIDS:

"
Bernadete Aparecida Ferreira, presidente da Organização Não Governamental (ONG) Casa da Mulher 8 de Março, diz que a criminalização do aborto não evita o ato. “Apenas gera clandestinidade e dá dinheiro a pessoas sem qualificação, que provocam danos à mulher”. Segundo ela, o aborto deve ser descriminalizado. “Para que as mulheres tenham serviços de qualidade”.

Isto em 2003... Coincidência que este foi o ano da ascensão de Lula ao poder? Difícil acreditar em coincidências em casos assim.

Ou seja, o "humanismo" torto da sra. Bernadete já é por demais conhecido de todos. Pergunta-se: como ela chegou aonde chegou com este pensamento? Fosse a CNBB uma ONG abortista, sem problemas. Mas não é, graças a Deus! Como esta senhora vai cuidar do aconselhamento e evangelização de mulheres marginalizadas se ela coloca-se frontalmente contra o ensinamento bi-milenar da Igreja sobre a questão?

Ou será que a CNBB não liga para o que pensam os leigos que são a força motora de suas pastorais?

De qualquer ângulo que se olhe para esta questão, apenas uma coisa fica bem clara: há coisa muito errada em boa parte das pastorais. Fica evidente, a cada dia, que o triste e lamentável episódio do DVD da Verbo Filmes não foi um lapso, um deslize. Não, não... É apenas a evolução natural do ambiente que se está criando em muitas pastorais.

***

Mas será que há jeito? Claro que sim! Nos tempos atuais, a esperança é das virtudes que mais devemos exercitar.

A nossa esperança nos leva até D. Pedro Luiz Stringhini, presidente da
Comissão Episcopal para a Caridade, Justiça e Paz da CNBB. A Pastoral para a Mulher Marginalizada está subordinada à comissão presidida por D. Pedro Luiz. É a ele que devemos, em primeiro lugar, nos dirigir para respeitosamente pedir explicações deste absurdo.

Podemos perguntar a D. Pedro Luiz Stringhini por que a coordenadora, sra. Bernadete Aparecida Ferreira, não é de imediato afastada de suas funções, pois, segundo ele declarou ao jornal "O Estado de São Paulo":

"O mandato da atual coordenação termina em março e a nova coordenadora terá de ser afinada com a CNBB."

O bispo poderia esclarecer a todos o motivo de a sra. Bernadete não ser sumariamente afastada do cargo que ocupa. O que estamos esperando afinal de contas? Que ela participe de uma passeata pró-aborto?

Podemos também pedir esclarecimentos sobre por que a sra. Bernadete esteve durante tanto tempo fazendo um trabalho junto a mulheres marginalizadas através de uma Pastoral da Igreja, vinculada à CNBB, sem que estivesse em concordância com os princípios básicos da Igreja. Isto fica bem claro quando lemos a declaração da sra. Bernadete Aparecida Ferreira dada em 2003.

Por fim, podemos pedir, também respeitosamente, como é nosso dever frente a um sucessor dos apóstolos, esclarecimentos quanto a esta declaração dada por D. Pedro Luiz Stringhini:

“É provável que haja mais manifestações desse tipo, de pessoas ligadas a nós, como já ocorreu numa palestra do Núcleo Fé e Cultura, da PUC de São Paulo.”

O que isto quer dizer? Que haverá mais escândalos deste tipo? Que teremos de enfrentar mais gente de dentro da Igreja indo contra o ensinamento da Igreja em uma questão que é inegociável, segundo o próprio Papa?

Aliás, a própria CNBB foi firme em afirmar a inegociabilidade do valor da vida humana por ocasião da Semana Nacional da Vida em 2006:

"(...)
De modo especial salientamos o valor sagrado da Vida Humana, sem nos esquecermos de todas as demais dimensões que esta abrange. Diante de tantos ataques que a Vida vem sofrendo em nossos dias é nossa missão reafirmar sua importância inalienável e inegociável. Ela é o fundamento sobre o qual se apóiam todos os demais valores. Desejamos que todos se empenhem nestes dias nesse sentido." (original pode ser lido aqui)

Como então podemos esperar que haja mais manifestações como a da sra. Bernadete? O que, afinal, estão estas pessoas fazendo em pastorais se elas estão em franca oposição à palavra da própria CNBB, que apenas repete, como era de se esperar a palavra da Igreja e do Magistério?

Creio que o bispo poderá muito bem prestar esclarecimentos a todos os fiéis que respeitosamente o indagarem sobre estas questões.

O e-mail de D. Pedro Luiz Stringhini é dpls@terra.com.br. Que tal perguntarmos a ele o que está havendo?


O "humanismo" torto de Bernadete Aparecida Ferreira

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A sra. Bernadete Aparecida Ferreira, apesar do nome de santa, é a protagonista do mais recente escândalo a atingir a Igreja Católica no Brasil. Ela, que se diz "humanista e cristã", justifica seu pensamento dizendo que o faz para defender a vida das mulheres que fazem aborto.

Sra. Bernadete trabalha há 17 anos com prostitutas, ou, como ela prefere, "mulheres em situação de prostituição". Ela alega a experiência neste trabalho como autoridade para nos ensinar sobre a ineficácia da descriminalização do aborto: “a criminalização do aborto não diminui a sua prática”.

O peculiaríssimo "humanismo" da sra. Bernadete a leva a convenientemente esquecer de um mandamento básico da religião que ela diz seguir:

"NÃO MATARÁS"

Após ler este mandamento, a sra. Bernadete tem algumas opções:

  • Provar que o concepto não é humano;
  • Provar que o aborto provocado não é a eliminação direta de um ser humano;
  • Provar que este mandamento não mais faz parte da doutrina católica.

Isto, claro, se ela quer ainda dizer-se católica e ser levada a sério. Agora, se ela apenas quer deixar de lado um mandamento para encaixar sua agenda pessoal, é para perguntarmos o que esta senhora está fazendo como coordenadora de uma pastoral vinculada à CNBB? Se for apenas para causar escândalo, tudo bem... Missão cumprida!

Mas ainda há mais... A sra. Bernadete, a "humanista e cristã", declarou também:

“Não aconselho aborto nem uso de camisinha, sou pelo planejamento familiar o mais natural possível, concordo com a Igreja em tudo, mas defendo a vida da mulher”

A confusa sra. Bernadete não percebe que o "tudo" dela não é suficiente. O seu "tudo" é uma contradição em termos, já que logo após ela solta um "mas...". Não sra. Bernadette, sem "mas...", sem "porém...", sem "se..."! Ainda mais quando o que está em jogo é a vida de inocentes, de seres humanos em estágio frágil de suas vidas.

A fala da sra. Bernadete deixa transparecer que a Igreja não olha pela vida das mulheres. É muito curioso ver isto saindo da boca de uma coordenadora de pastoral para as MULHERES MARGINALIZADAS.

Na verdade, verdade mesmo, é a sra. Bernadete que cria uma situação onde o que há é um conflito em que apenas um deve sobreviver: ou a mãe ou o concepto.

Para a Igreja, ambos devem sobreviver. Para a Igreja, não há diferença de dignidade entre mãe e filho. Para a sra. Bernadete, há. Para a Igreja, uma das formas de lutar contra o aborto é pressionar os governos a que criem mais e melhores políticas públicas que valorizem a maternidade e que ajudem os pais a criar seus filhos.

Para a sra. Bernadete, a descriminalização do aborto é um meio mais eficaz de ajudar as mulheres em "situação de prostituição".

Infelizmente, há ainda mais...

“Fazer aborto para mulheres em situação de prostituição nem sempre significa que não amem seus filhos, que não gostariam de tê-los ou mesmo que gostariam de abortar a torto e a direito”

Beira o ridículo alguém dar declaração como esta.

Um aborto não significa que uma mulher ou um pai não ame seu filho ou filha abortado? Acaso quem ama seu filho o deixa ser trucidado, envenenado, levado pelo sistema de esgotos?

Se a sra. Bernadete diz que muitas prostitutas são pressionadas pela situação em que vivem a abortar seus filhos, isto é um coisa; dizer, porém, que estas mães amem os filhos e mesmo assim os abortam é brincadeira de péssimo gosto.

Faria muito melhor a sra. Bernadete se evangelizasse as prostitutas que a Igreja coloca sob seus cuidados como coordenadora da Pastoral da Mulher Marginalizada ao invés de ficar inventando justificativas para o injustificável.

Faria muito melhor se ela levasse estas mulheres tão sofridas a amarem realmente seus filhos e trazê-los à luz do que procurar ajustar a realidade a seu torto discurso, a seu torto "humanismo".

Faria muitíssimo melhor, a sra. Bernadette, se procurasse levar à frente sua agenda pessoal, seu torto "humanismo", que nada tem de cristão, bem longe das pastorais da Igreja.

A Igreja sempre defendeu a vida desde a concepção até seu fim natural. Definitivamente, o discurso da sra. Bernadete não se encaixa neste princípio.

Até que ponto desceremos?

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O texto que vai abaixo, retirado do jornal "O Estado de São Paulo", mostra o quanto a Igreja no Brasil vai infiltrada de gente que em nada tem compromisso com sua sagrada missão.

É lamentável que a Campanha da Fraternidade de 2008 -- "Escolhe, pois, a vida" -- tão aguardada pelos pró-vida, principalmente pelos católicos pró-vida, seja de tal forma sabotada exatamente por aqueles que têm a OBRIGAÇÃO de tudo fazer para que a doutrina da Igreja e seus princípios sejam implementados.

Quem se declara a favor da descriminalização do aborto não deve nem mesmo receber cargo em secretaria de qualquer paróquia; muito menos ter cargo relevante em nível nacional em pastoral da CNBB.

É um absurdo que D. Demétrio Valentini venha a público dizer que o aborto é um debate ainda aberto. Não é e jamais o será para a Igreja. Que tempos estamos vivendo... Um leigo ter de dizer isto a um bispo.

É um absurdo que sejamos informados por
D. Pedro Luiz Stringhini de que provavelmente haja mais manifestações deste tipo no futuro.

É absurdo que o mesmo D. Pedro informe que a sra. Bernadette ficará tranqüilamente em seu cargo até o fim de seu mandato, quando, finalmente, será colocada uma pessoa seguindo mais a linha da Igreja. Será mesmo?

É um absurdo termos de agüentar tanta desfaçatez, tanto jogo de empurra, tanta brincadeira com a vida de inocentes.

Será que ainda desceremos mais?

Segue, abaixo, o artigo. O original pode ser lido aqui.

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CNBB enfrenta debate sobre aborto

Defesa de descriminação feita pela Pastoral da Mulher Marginalizada destoa da Campanha da Fraternidade

José Maria Mayrink

A questão do aborto está levantando vozes contrárias à posição oficial da Igreja Católica na discussão sobre a defesa da vida, tema da Campanha da Fraternidade 2008, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O texto-base, cujo lema é “Escolhe, pois, a Vida”, tirado de um versículo da Bíblia, condena os métodos não naturais de contracepção e a interrupção provocada da gravidez, mesmo nos casos permitidos pela lei.

Bernadete Aparecida Ferreira, coordenadora da Pastoral da Mulher Marginalizada (PMM), que trabalha com prostitutas, escreveu e distribuiu um depoimento em defesa da descriminação do aborto. Apesar da ressalva de que se trata de uma opinião pessoal, criou constrangimento entre os bispos da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, à qual está subordinada. Outro depoimento dissonante, uma entrevista de uma representante do movimento Católicas pelo Direito de Decidir, Dulce Xavier, foi cortado de um DVD feito pela Verbo Filmes, dos padres verbitas, por ordem do secretário-geral da CNBB.

“É provável que haja mais manifestações desse tipo, de pessoas ligadas a nós, como já ocorreu numa palestra do Núcleo Fé e Cultura, da PUC de São Paulo”, prevê d. Pedro Luiz Stringhini, presidente da comissão. D. Demétrio Valentini, bispo responsável pela PMM, considera proveitosa a reflexão, contanto que a Igreja mantenha a coerência. “Posições radicais e fechadas em torno de temas como o aborto correm o risco de comprometer a Campanha da Fraternidade, a ser lançada na próxima quarta-feira”, afirma.

Bernadete, que há 17 anos trabalha com prostitutas, argumenta que “mulheres que se prostituem de vez em quando precisam fazer aborto, a despeito dos inúmeros métodos contraceptivos que poderiam escolher” e que “a criminalização do aborto não diminui a sua prática”. Ela diz agir como humanista e cristã, em defesa de mulheres que fazem aborto “em situações difíceis e clandestinas”.

Pesquisas da pastoral mostram que não é fácil para as prostitutas recorrerem ao aborto. “A maior motivação para escrever esse documento é o fato de ter convivido com grande quantidade de mulheres que, na prostituição, precisaram fazer aborto, um, dois, três e até mais de 20 abortos cada uma”, diz Bernadete. Em Tocantins, onde faz um levantamento sobre a prostituição em rodovias e barragens, a coordenadora da PMM constatou que 50% das prostitutas ouvidas em Palmas já abortaram. “Não aconselho aborto nem uso de camisinha, sou pelo planejamento familiar o mais natural possível, concordo com a Igreja em tudo, mas defendo a vida da mulher”, diz a coordenadora.

AFASTAMENTO

Essa defesa da descriminação do aborto vai custar o cargo de Bernadete na pastoral. “O mandato da atual coordenação termina em março e a nova coordenadora terá de ser afinada com a CNBB”, adianta d. Pedro Luiz.

Ele prevê o afastamento de Bernadete pelo Conselho Episcopal Pastoral (Consep). “A Igreja, que acolhe e apóia quem praticou o aborto, é contra a descriminação, embora saiba que considerar o aborto um crime, por si só, não resolva o problema”, diz o bispo. “A opinião de Bernadete é pessoal, mas reflete a maneira pela qual, em sua avaliação, a PMM deveria agir”, acrescenta.

Bernadete diz que a Pastoral da Mulher Marginalizada não foi consultada sobre a Campanha da Fraternidade e prevê que a equipe será cobrada sobre sua posição. “Nós, na PMM, decidimos lutar por melhores condições de vida para as mulheres em situação de prostituição, contra a exploração sexual de crianças e adolescentes e contra o tráfico de seres humanos”, escreveu a coordenadora em seu depoimento, acrescentando que também lutam por políticas públicas e ações estruturais que venham a beneficiar a vida das mulheres e de seus filhos.

“Fazer aborto para mulheres em situação de prostituição nem sempre significa que não amem seus filhos, que não gostariam de tê-los ou mesmo que gostariam de abortar a torto e a direito”, afirma Bernadete. Para as prostitutas, ela observa, “o sexo significa, na grande maioria das vezes, a possibilidade do pão”. Antes de tomarem a decisão, “muitas lágrimas rolam e se passam muitas noites sem dormir”.

D. Demétrio, que é contra o aborto e contra a descriminação, diz que “é válido o depoimento de Bernadete, pois é um grito que vem não do teórico mas de quem conhece e vive com as mulheres marginalizadas”. Como ela, o bispo afirma que há outros culpados e seria injusto apontar apenas a mulher. “O homem comete aborto toda vez que se desinteressa pela vida do filho que pôs na barriga da mulher.”

Dulce Xavier, da organização Católicas pelo Direito de Decidir, surpreendeu-se com a censura à entrevista que ela gravou para o documentário sobre a Campanha da Fraternidade. “Fomos procuradas e aceitamos dar um depoimento sobre o nossa concepção do que é defender a vida”, disse a militante. O grupo Católicas pelo Direito de Decidir defende a liberdade de decisão sobre sexualidade e métodos anticoncepcionais. “Não defendemos o aborto, mas, como somos pela descriminação, tiraram nosso depoimento do vídeo.”